ATA DA CENTÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 08.12.1993.
Aos oito dias
do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e três reuniu-se, na Sala
de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua
Centésima Sétima Sessão Ordinária da Primeira Sessão Legislativa Ordinária da
Décima Primeira Legislatura. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia
Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Divo do Canto, Eloi Guimarães,
Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique
Fontana, Isaac Ainhorn, Jair Soares, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin
Azambuja, José Gomes, Lauro Hagemann Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do
Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal,
Pedro Ruas, Wilton Araújo, Letícia Arruda e Jacão Machado. Constatada a
existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias das Atas da Centésima
Sexta Sessão Ordinária, Décima Terceira Sessão Especial, Vigésima Segunda e
Vigésima Terceira Sessões Solenes, que foram aprovadas. Do EXPEDIENTE constaram
Ofícios nºs 127/93, do Consulado Geral da Espanha, 1068/93, da Câmara Municipal
de Bagé, 735/93, do Senhor Prefeito Municipal; Cartões da Senhora Mila Cauduro,
do Irmão Noberto Rauch, do Reitor da Universidade Luterana do Brasil, Senhor Ruben
Becker, do Senhor Jorge Debiagi, do Coronel João Vanderlan Vieira, do Senhor
Tarcísio Taborda e da Fundação
Maurício Sirotsky Sobrinho e Telegramas do Deputado Vitor Faccioni, da Senhora
Neuza Canabarro, do Senhor Flávio Obino e do Senhor Péricles Druck. À MESA
foram encaminhados: pelo Vereador Airto Ferronato, 02 Pedidos de Providências;
pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Informações nº 191/93 (Processo
nº 2989/93) e 01 Emenda ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 25/93
(Processo nº 1774/93), pelo Vereador Clóvis Ilgenfritz, 01 Emenda ao
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 28/90 (Processo nº 1936/90); pelo
Vereador Décio Schauren, 01 Subemenda ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 28/90 (Processo nº 1936/90); pelo Vereador Geraldo de Matos
Filho, 01 Pedido Providências; pelo Vereador Mário Fraga, 01 Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 43/93 (Processo nº 2986/93) e 01 Projeto de Lei
do Legislativo nº 153/93 (Processo nº 2987/93). Foram, também, apregoados o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 14/93 (Processo nº 3035/93), da
Mesa, o Projeto de Lei Executivo nº 86/93 (Processo nº 3036/93) e o Projeto de
Decreto do Legislativo nº 15/93 (Processo nº 3052/93). Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 146
e 147/93, o Projeto de Lei do Executivo nº
83/93 e o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 42/93. A seguir,
constatada a existência de “quorum’, foi aprovado Requerimento do Vereador Milton
Zuanazzi, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Airto Ferronato discorreu sobre a Lei nº
10.000, que trata da extinção da Companhia Riograndense de Laticínios e
Correlatos, CORLAC, lendo e analisando artigos da mesma, em especial no
referente ao futuro dos servidores dessa Companhia. Propugnou por providências
do Governo Estadual visando a transferência desses funcionários para outras
áreas públicas, dizendo que os problemas observados na CORLAC não são resultado
da atuação de seus funcionários mas, isso sim, de equívocos na escolha das
direções da mesma. A seguir, o Senhor Presidente informou que o Vereador Eliseu
Santos não estava presente à Sessão tendo em vista o falecimento de parente de
Sua Excelência. Após, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM
DO DIA. Na ocasião, foi aprovado Requerimento do Vereador Gerson Almeida,
solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje. Em
continuidade, o Senhor Presidente declarou empossado na Vereança o Suplente
Darci Campani, informando que Sua Excelência passaria a integrar a Comissão de
Economia e Defesa do Consumidor. Em Votação Nominal, 1º Turno, foi aprovado o
Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 81/93, por vinte e dois Votos SIM, tendo
votado os Vereadores Airto Ferronato, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Divo
do Canto, Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, Helena Bonumá, Henrique
Fontana, Isaac Ainhorn, Jair Soares, João Motta, João Verle, José Gomes, Lauro
Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Pedro Ruas,
Wilton Araújo, Jaques Machado e Maria do Rosário. Em Votação foi aprovada a
Redação Final do Projeto de Lei do Executivo nº 72/93. Na ocasião, o Senhor
Presidente registrou a presença, no Plenário, de representantes de entidades
ligadas à luta pela prevenção da AIDS. A seguir, foi apregoada pelo Senhor
Secretário e considerada promulgada pela Casa a Emenda à Lei Orgânica de nº 05,
nos termos do artigo 131 do Regimento Interno, e foram apregoadas as Emendas
nºs 22, 23 e 24 ao Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 28/90, Emendas estas de autoria, respectivamente, dos Vereadores
Pedro Ruas, Jocelin Azambuja e Isaac Ainhorn. Após, foram rejeitados os
seguintes Requerimentos, solicitando o adiamento da discussão do Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 28/90: do Vereador Nereu D’Ávila, solicitando o
adiamento por três Sessões, este rejeitado por cinco Votos SIM, vinte e dois
Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
Lauro Hagemann, Antonio Hohlfeldt, Jocelin Azambuja, João Motta, Nereu D’Ávila
e João Dib, tendo votado Sim os Vereadores Elói Guimarães, João Dib, Nereu
D’Ávila, Milton Zuanazzi e Isaac Ainhorn, votado Não os Vereadores Airto
Ferronato, Décio Schauren, Antonio Hohlfeldt, Fernando Zachia, Geraldo de Matos
Filho, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Jair Soares, João Motta, João Verle,
Jocelin Azambuja, José Gomes, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário,
Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Darci Campani, Clênia Maranhão, Clóvis
Ilgenfritz, Henrique Fontana e Jacão Machado, optado pela Abstenção o Vereador
Luiz Negrinho e tendo sido, este Requerimento, submetido à votação nominal
por solicitação do Vereador Isaac Ainhorn; do Vereador Jocelin Azambuja,
solicitando o adiamento por uma Sessão, este rejeitado por dez Votos SIM contra
dezenove Votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Divo do Canto, Elói
Guimarães, Jocelin Azambuja, Isaac Ainhorn, João Dib, Milton Zuanazzi, Nereu
D’Ávila, Letícia Arruda, Luiz Braz e Jacão Machado, votado Não os Vereadores
Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Fernando
Zachia, Geraldo de Matos Filho, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Jair Soares,
João Motta, José Gomes, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Pedro
Américo Leal, Pedro Ruas, Darci Campani, Guilherme Barbosa e João Verle e tendo
sido, este Requerimento, submetido à votação nominal por solicitação do
Vereador Wilton Araújo. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 28/90 que, após ser discutido pelos Vereadores
Lauro Hagemann, Airto Ferronato, João Dib, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Pedro
Ruas, Clóvis Ilgenfritz, Nereu D’Ávila, Décio Schauren, Antonio Hohlfeldt,
Jocelin Azambuja, Milton Zuanazzi e Eloi Guimarães, teve adiada sua votação por
uma Sessão, a Requerimento, aprovado, do Vereador Lauro Hagemann, encaminhado à
votação pelo Vereador Antonio Hohlfeldt. Após, foi aprovado o Projeto de
Decreto Legislativo nº 15/93. Em prosseguimento, foram apregoados o
Substitutivo nº 01, de autoria da Vereadora Maria do Rosário, ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 04/93, Emenda do Vereador João Verle ao Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 08/93 e Requerimento do Vereador João Dib,
solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº 105/93 tenha
renovada sua votação. Também, o Senhor Presidente informou que já está
funcionando, na Casa, o sistema de circuito interno de televisão, ficando o
mesmo à disposição dos Senhores Vereadores. Em Discussão Geral e Votação esteve
o Projeto de Lei do Legislativo nº 12/93 que, a Requerimento, aprovado, do
Vereador Luiz Braz, foi retirado de tramitação. Em Discussão Geral e Votação foram
aprovados o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 07/93 e o Projeto de
Lei do Legislativo nº 85/93, este após ser discutido pelo Vereador
Antonio Hohlfeldt. Após, foi apregoada Emenda do Vereador Nereu D’Ávila, aposta
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 58/93. Em Discussão Geral e Votação esteve
o Projeto de Lei do Legislativo nº 58/93 que, após ser discutido pelos
Vereadores Airto Ferronato, José Gomes, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila e
Jocelin Azambuja, teve adiada sua votação por duas Sessões, a Requerimento,
aprovado, do Vereador Airto Ferronato. A seguir, foi apregoada Emenda de Líder
nº 01, de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt, ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 78/93, a qual foi retirada pelo Autor, através de Requerimento
deferido pelo Senhor Presidente. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto
de Lei do Legislativo nº 78/93 que, após ser discutido pelos Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Eloi Guimarães, João Dib, Jocelin Azambuja, Helena Bonumá e Isaac
Ainhorn, teve adiada sua discussão por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, do
Vereador Jocelin Azambuja. Às dezoito horas e nove minutos foram suspensos os
trabalhos, nos termos do artigo 143, III do Regimento Interno, sendo os mesmos
reabertos, constatada a existência de “quorum”, às dezoito horas e dezesseis
minutos. Na ocasião, foram apregoadas as Emendas nºs 01 e 02, de autoria do
Vereador Airto Ferronato, ao Projeto de Resolução nº 37/93. Em Discussão Geral
e Votação foi aprovado o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº
125/93, considerando-se prejudicado o Projeto original. Ainda, foram aprovados
os seguintes Requerimentos, solicitando que os Projetos em questão sejam
dispensados da votação de suas Redações Finais: do Vereador Antonio Hohlfeldt,
com relação aos Projetos de Lei do Legislativo nºs 85 e 125/93; do Vereador
João Verle, com relação ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 07/93 e
ao Projeto de Decreto Legislativo nº 15/93. A seguir, foram aprovados os
seguintes Requerimentos: do Vereador Airto Ferronato, solicitando que, caso
seja comprovado o envolvimento da Empresa Odebrecht na Comissão Parlamentar de
Inquérito da Extorsão, seja enviada correspondência ao Senhor Presidente da
República a fim de que torne nulo o negócio de privatização do polo petroquímizo
gaúcho, este após ser encaminhado à votação pelo Autor; do Vereador Artur
Zanella, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº 73/92 seja
retirado de tramitação; do Vereador Antonio Hohlfeldt, de Voto de
Congratulações com o Jornal “O Azenha”, pela publicação de sua primeira edição;
da Vereadora Clênia Maranhão, retirando de tramitação a Emenda nº 04 ao Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 05/93; do Vereador Darci Campani,
solicitando seja Convidado o Presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia do
Rio Gravataí, Senhor José Garcia Mota, para prestar esclarecimentos sobre a
ação desse Comitê, que, inclusive, conta com a participação de representantes
desta Casa, no dia quinze do corrente mês; do Vereador Divo do Canto, de Votos
de Congratulações com a Associação de Aposentados e Pensionistas de Santa
Maria, pela passagem do seu sexto aniversário, com a Associação dos Aposentados
e Pensionistas de Charqueadas pela passagem de seu décimo aniversário, com a
Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas de Butiá, pela
passagem de seu nono aniversário, com a Associação dos Trabalhadores
Aposentados e Pensionistas de Veranópolis pela passagem de seu sétimo
aniversário, com a Associação dos Aposentados e Pensionistas de Guaíba pela
passagem de seu oitavo aniversário e com o Sindicato dos Servidores Públicos
Municipais de Butiá pela passagem de seu quinto aniversário, ainda do Vereador
Divo do Canto, solicitando Moção de Repúdio desta Casa à Revisão Constitucional
no que concerne à modificação, no Capítulo II, Título VIII, que trata da
Seguridade Social, bem como contra a privatização da Previdência Social; do
Vereador João Verle, solicitando seja o Projeto de Lei do Executivo nº 86/93
considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões
de Constituição e Justiça; Finanças e Orçamento; Urbanização Transportes e
Habitação; Educação e Cultura; do Vereador Jocelin Azambuja, de Voto de
Congratulações com a Rádio Pampa - AM, pela passagem de seu nono aniversário;
do Vereador José Gomes, de Votos de Congratulações com a Senhora Clori da Silva
Silva, Presidente da Associação das Senhoras da Vila Ipê de Caxias do Sul, com
os Senhores Darci de Jesus e Jorge Padilha, Presidente e Vice-Presidente,
respectivamente, da Associação de Moradores da Vila Ipê de Caxias do Sul, pela
realização do III encontro do Movimento Negro de Caxias do Sul; do Vereador
Milton Zuanazzi, de Votos de Congratulações com as Senhoras Valéria Camargo,
Crislei Silva e Kelly Pereira Nunes, por terem sido vencedoras do Concurso
Garota Extremo Sul, como Rainha, Primeira Princesa e Segunda Princesa,
respectivamente; do Vereador Pedro Ruas, de Votos de Congratulações com o
Engenheiro Carlos Alberto Petersen, pelo recebimento do Título de Engenheiro do
Ano, da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, com o Senhor Pedro Paulo
Zachia, por sua eleição e posse como
Presidente do Sport Clube Internacional, com a Associação dos Empresários da
Zona Sul de Porte Alegre, pela posse da nova Diretoria, com a Senhora Maria
Ignez Santos e com o Senhor Dario de Oliveira por suas posses como Procuradores
de Justiça e com o Senhor Josemar Riesgo, por sua eleição como Coordenador
Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral, foi, ainda, aprovado Requerimento do
Vereador Artur Zanella solicitando a ratificação, pelo Plenário, de pagamento
já realizado de três diárias e meia e passagens aéreas Brasília - São Paulo em
maio do corrente ano. Esteve, também, o Requerimente do Vereador Jocelin
Azambuja, solicitando que o Secretário Municipal de Obras e Viação seja
convocado para prestar esclarecimentos acerca das obras em andamento na Rua
General Andrade Neves, o qual foi retirado pela Mesa por não constar a relação
dos assuntos e questionamentos a serem feitos ao Senhor Secretário. Durante a
Sessão, foi aprovada a prorrogação da mesma por duas horas e às dezoito horas e
trinta e sete minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Especial
de amanhã, às dezessete horas e para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira,
à hora regimental. Os trabalhos da presente Sessão foram presididos pelos
Vereadores Wilton Araújo, Luiz Braz, Airto Ferronato e Milton Zuanazzi, e foram
secretariados pelos Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão e Lauro
Hagemann, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Airto Ferronato, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Wilton Araújo): A Mesa comunica o recebimento do PLCE nº 014/93
- Processo nº 3035/93; do PLE nº 086/93 - Processo nº 3036/93 e o PDL nº 015/93
- Processo nº 3052/93.
Passamos, a seguir, à
PAUTA - DISCUSSÃO
PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. N° 2870/93 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 146/93, de autoria do Ver. João Verle, que denomina Praça
Ianomamis um logradouro irregular, localizado no Bairro Nonoai.
PROC. N° 2874/93 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 042/93, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila,
que acrescenta artigo ao Capítulo IX, Título II, da Lei Complementar nº 12, de
07.01.1975, que institui posturas para o Município de Porto Alegre e dá outras
providências.
PROC. N° 2885/93 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 147/93, de autoria do Ver. José Gomes, que denomina Rua João
da Silva Bueno um logradouro público, localizado no Loteamento Parque do Sabiá.
PROC. N° 2940/93 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 083/93, que cria cargos na Administração Centralizada.
O SR.
PRESIDENTE: Não há oradores inscritos para discussão de Pauta.
O SR. MILTON
ZUANAZZI: Sr. Presidente, requeiro a inversão da ordem dos trabalhos, no
sentido de que passemos direto à Ordem do Dia, em seguida o Grande Expediente,
Comunicações e Período de Explicação Pessoal.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o
Requerimento do Ver. Milton Zuanazzi. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Com a palavra, para tempo de Liderança, o Ver.
Airto Ferronato.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, gostaria de falar relativamente
à Lei, de 26 de novembro de 1993, nº 10.000, que trata da extinção da Corlac.
Na qualidade de funcionário público digo o que sempre venho dizendo; primeiro
ocorrem desmandos de tudo que é jeito, depois se diz que tem que extinguir
porque não dá. O exemplo da Corlac é impressionante, ou seja, conseguiram ceder
para o Sr. Elizeire, cunhado do Sr. Governador do Estado, um especialista em
leite em pó, a representação da Corlac na venda de leite. O Sr. Elizeire deve
ter conhecimento extraordinário a respeito do tema. É interessante ler alguns
artigos. O art. 4º da Lei diz assim: “A Corlac rescindirá, observando antes o
disposto no parágrafo 5º desse artigo, todos os contratos de trabalho e assim
por diante.” No parágrafo primeiro diz: “A rescisão de que trata o “caput”
desse artigo ocorrerá no prazo máximo de 120 dias.” Diz o parágrafo quinto do
art. 4º: “Fica assegurado aos atuais empregados da Corlac o direito de opção a
ser formalizado no prazo máximo de 15 dias da publicação deste lei, no sentido
de serem aproveitados em outra entidades da economia mista, pertencentes à
administração indireta do Estado.”
Esse parágrafo dá oportunidade a que os
funcionários da Corlac sejam transferidos. Uso este tempo de Liderança
exatamente porque esse prazo expira, se não me falha a memória, no dia 13 deste
mês. É necessário e urgente que o Sr. Governador do Estado adote providências
no sentido de promover essa transferência de servidores da Corlac para outros
organismos. Quero registrar, mais uma vez, que nós funcionários públicos, não
admitimos hipótese nenhuma, essa tese furada de que somos nós os responsáveis
pelo desmandos. Não podemos admitir. Não é culpa do servidor da Corlac o que
está aí. O exemplo é muito claro, primeiro nós colocamos o Sr. Elizeire,
especialista número um do leite em pó, e querem que o serviço público seja uma
coisa impressionante. É possível? Eu acho que não podemos admitir que se cometa
mais um equívoco; está se expirando o prazo de transferência dos servidores da
Corlac. Eu aqui faço um apelo para que a Bancada do Governo entre em contato
com o Sr. Governador do Estado no sentido de ver de que maneira se administrará
o problema do servidor público da Corlac que, volto a dizer, não tem nenhuma
culpa com o que ocorreu com essa extinção da empresa que, na minha visão, foi
uma coisa também equivocada. Isso é o que gostaria de registrar neste espaço e
até sendo breve dada uma série de outras atividades que temos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada nominal de
verificação de “quorum” para dar entrada na Ordem do Dia.
O SR. SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada nominal.) Sr. Presidente, 19 Srs. Vereadores responderam à chamada.
O SR.
PRESIDENTE: Há “quorum”. Passamos, a seguir à
ORDEM DO DIA
VOTAÇÃO NOMINAL
1º TURNO
PROC. N° 2770/93 - PROJETO DE EMENDA À LEI
ORGÂNICA Nº 081/93, de autoria do Ver. Jair Soares, que altera disposições
da Lei Orgânica do Município.
Observação:
- Incluído na Ordem do Dia por força do art.
81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE: Em votação o PELO nº 081/93. (Pausa.) Não há oradores inscritos
para encaminhar.
Solicito à Srª 2ª Secretária que proceda à chamada
nominal para votação do PELO nº 081/93.
A SRA. 2ª
SECRETÁRIA: (Após proceder à chamada nominal.) Sr. Presidente, 22
Vereadores votaram SIM.
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PELO nº 081/93, em primeiro turno.
(Votaram
SIM os Vereadores Airto Ferronato,
Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Divo do Canto, Fernando Záchia, Geraldo de
Matos Filho, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, Jair Soares, João
Motta, João Verle, José Gomes, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho,
Mario Fraga, Milton Zuanazzi, Pedro Ruas, Wilton Araújo, Jaques Machado e Maria
do Rosário.)
PROC. N° 2502/93 - REDAÇÃO FINAL ao PROJETO
DE LEI DO EXECUTIVO Nº 072/93, que estima a Receita e fixa a Despesa da
Administração Direta do Município para o exercício econômico-financeiro de
1994.
O SR. PRESIDENTE:
Em votação a Redação Final do PLE nº 072/93. Os Srs. Vereadores que aprovam
permaneçam sentados. APROVADA.
O Ver. Eliseu Santos, em virtude do falecimento de
sua sogra, justifica o não comparecimento no dia de hoje.
Requerimento de autoria do Ver. Gerson Almeida, que
solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A Mesa declara empossado o Ver. Darci Campani, nos
termos regimentais, integrando a CEDECON.
Solicito ao Sr. Secretário que proceda à leitura da
Emenda nº 05, à Lei Orgânica já aprovada por esta Casa, que deve ser promulgada
em Plenário, nos termos do art. 131 do Regimento da CMPA.
O SR.
SECRETÁRIO: (Lê a Emenda nº 05.)
O SR.
PRESIDENTE: Promulgamos, portanto, a Emenda nº 05 à Lei Orgânica.
Solicitamos aos Srs. Membros da Mesa que subscrevam,
também, a Emenda nº 05.
Registramos a presença no Plenário de representantes
de entidades como o GAPA e outras. Nos solidarizamos com suas lutas pela
prevenção da AIDS.
A Mesa comunica o recebimento das Emendas nºs
22, de autoria do Ver. Pedro Ruas, nº 23, do Ver. Jocelin Azambuja e nº 24, do
Ver. Isaac Ainhorn, apostos ao Substitutivo nº 01 ao PLCL nº 028/90.
DISCUSSÃO GERAL E
VOTAÇÃO
PROC. N° 1936/90 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 028/90, de autoria do Ver. Lauro Hagemann,
que dispõe sobre o Instituto do Solo Criado no Município de Porto Alegre. Com
Substitutivo nº 01; Com Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08,
09, 10 ,11, 12, 13 e 14 ao Substitutivo.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Substitutivo nº 01 e
das Emendas nºs 04 a 14; pela rejeição das Emendas nºs
01, 02 e 03;
- da CFO.
Relator Ver. Artur Zanella: pela rejeição do Projeto e pela aprovação do
Substitutivo nº 01 e das Emendas n°s 01, 02, 03, 04, 05, 06, 08, 09,
10, 11, 12, 13 e 14; pela rejeição da Emenda nº 07.
Observação:
-
Incluído na Ordem do Dia por força do artigo 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento do Ver. Nereu D'Ávila solicitando o
adiamento da discussão por três Sessões. Em votação. (Pausa.) Para encaminhar,
está com a palavra o Ver. Lauro Hagemann.
O SR. LAURO
HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é procedimento legal,
regimental, mas considero uma tentativa de adiamento para o ano que vem da
discussão e apreciação deste Processo. Como autor do Projeto, e há 3 anos este
Projeto anda nesta Casa, eu devo confessar a minha estupefação com este
procedimento, porque o Processo foi transparentemente discutido. É um Processo
difícil, sem dúvida, mas a Casa toda tem consciência do tempo que ele demorou
para ser discutido, à medida em que foram feitas alterações. E agora eu não
tenho conhecimento desse pedido, e me surpreendo, efetivamente, com o pedido do
Ver. Nereu D'Ávila, mas posso pedir à Casa que não indefira esse pedido, porque
a discussão não há de ser interminável. Eu mesmo distribui todo um roteiro para
a votação do Projeto, com Emendas e Subemendas, não há nenhuma razão de termos
receio de colocar em votação o Processo. Eu faria um apelo à Casa para que
votasse esse Processo. Por que adiarmos hoje? As três Sessões de adiamento
significam, sem dúvida nenhuma, transpor a votação desse Projeto para o ano que
vem. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt encaminha pelo PSDB.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós já vimos filmes muito semelhantes aqui, mas, ao contrário, quando em 1984, 1985 e depois 1986, se buscaram modificações do Plano Diretor, quando veio o Projeto do Executivo, no tempo do Prefeito Alceu Collares, um Projeto sério, elaborado pelo técnicos do Executivo, e se comandou de última hora um Substitutivo que era escandaloso, porque ele realmente matava o Plano Diretor. Eu posso dizer com muita honra que, naquela ocasião, quase sozinho, do ponto de vista da Casa, num primeiro momento, e depois com contribuição de entidades da sociedade civil, nós, desde as 8 horas da manhã fazíamos denúncias na mídia, apelávamos ao Prefeito Collares e conseguimos suspender a tramitação daquele Projeto, sobretudo pelo Substitutivo, o Prefeito Collares retirou o projeto. Posteriormente, o próprio Prefeito Collares mandou, com o amparo da sua Bancada, um projeto que era quase tão problemático, mas que já havia sofrido um processo de maior atenção da sociedade de Porto Alegre, sofrido algumas pressões diferenciadas, que fazem parte do jogo dramático, e, se não conseguimos salvar e ter aqui um resultado melhor, pelo menos tivemos algumas boas coisas. E se tivemos alguns problemas de um lado, evitamos problemas do outro. Neste caso do Projeto do Ver. Lauro Hagemann, que já li há dois anos na ocasião de sua apresentação, tenho acompanhado as Emendas que têm entrado; tenho visto todo o debate que o Ver. Lauro e diversas entidades têm desenvolvido junto à comunidade, junto ao Governo e parece que postergar, pura e simplesmente e, sobretudo, por três Sessões, é uma manobra que faz parte do jogo de Plenário, mas que não interessa à cidade de Porto Alegre. Estamos num processo grave de crise, estamos numa situação extremamente complicada em termos da ampliação de obras da construção civil nesta Cidade; temos que decidir, efetivamente, se queremos uma Cidade onde certos grupos vão manter áreas de reserva imobiliária ou, ao contrário, vão desovar essas áreas e vamos possibilitar a ampliação de habitações. E não vamos dizer que estamos esperando habitações populares, pois isso hoje é muito complicado, mas, pelo menos, vamos encaminhar alguns problemas da classe média que hoje está dependendo de aluguéis cada vez mais escorchantes, que hoje tem dificuldades de alugar, pois qualquer cidadão que chega nesta Cidade vê que não tem imóvel posto nem à disposição de locação, nem à disposição de aluguel. Ou seja, não há possibilidade de se morar. E mesmo a classe média, hoje, está vivendo de sub-habitação, pois acaba dividindo prédios. Aquilo que no discurso do Sr. Fernando Collor de Mello disse que seria feito com má-fé por uma eventual Administração Lula da Silva, que dividiria casas da classe média, da burguesia, hoje, na prática, começa a acontecer em várias capitais deste País, inclusive em Porto Alegre pela falta de oferta de imóveis. Independente de nós sermos a favor ou contra o Projeto, independente de nós votarmos a favor ou contra Emendas, nós não devemos postergar. No meu entendimento, adiar é apenas covardia, é nós não queremos assumir um risco de uma decisão e eu, realmente, não sou de ficar em cima do muro.
Portanto, em nome da Bancada do PSDB, eu encaminho
contrário ao Requerimento. E o Ver. Lauro Hagemann, como experimentado
Vereador, joga tudo. Mas não vai ter grandes prejuízos se a Casa recusar, vamos
começar tudo de novo. Agora, que a Casa assuma o ônus de não querer discutir um
assunto deste tipo que é fundamental para a Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Jocelin Azambuja, para encaminhar,
pela Bancada do PTB.
O SR.
JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, este Projeto realmente
tramita a muito anos na Câmara Municipal de Porto Alegre. Projeto de autoria do
Ver. Lauro Hagemann, que elaborou um trabalho consistente, um trabalho de
fundo, que nos deixa ainda muitas dúvidas, que nos preocupa bastante, mas
entendemos que, transferi-lo para uma outra Legislatura não seria ideal. O
melhor seria a votação do Projeto ainda nesta Legislatura. Nós encaminhamos no
sentido de que se possa adiar a votação por uma Sessão, mais, para que se possa
aprofundar melhor ainda as discussões em relação ao Projeto, porque seria uma
alternativa de nós podermos melhor avaliar e, talvez, até, alguma Emenda que
alguém queira fazer ou analisar algum Destaque de algum artigo que possa
complicar mais o Projeto. Então, nos parece, para a visão do PTB, que o
adiamento por uma Sessão permitiria fazer com que se pudesse avaliar melhor o
Projeto e dar uma palavra final em relação ao Substitutivo e as Emendas
apresentadas. Por isso que entendemos que talvez abreviando mais o tempo da
discussão, pudéssemos definir de uma vez por todos e até para contemplar o
trabalho que o Ver. Lauro Hagemann desenvolve há muito tempo. Por isso que fica
o nosso encaminhamento nesse sentido, sem maiores delongas, para depois, então,
quando tivemos que fazer a análise mais aprofundada do Projeto, possamos
fazê-lo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Liderança com o Partido dos Trabalhadores, com a palavra o Ver.
João Motta.
O SR. JOÃO
MOTTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, estamos aguardando, ainda, uma
fundamentação que derrube toda a história deste Projeto. Este Projeto está
tramitando aqui na Câmara desde a Legislatura passada. Foi aprovado e a
história dele começa exatamente quando se aprovou a Lei Orgânica do Município
de Porto Alegre, que instituiu um conjunto de mecanismos. Estabelece uma nova
visão sobre a questão urbana, do solo urbano, do desenvolvimento urbano. E
desde lá se inaugurou na Câmara esta discussão. Recentemente, nestes últimos 15
dias, este Projeto passou por pelo menos três instâncias aqui na Câmara em que
houve discussões. A CRJ aprovou parecer, se não me falha a memória, por
unanimidade. No dia 1º houve um debate, aqui, na Câmara, promovido pelo
gabinete do Ver. Lauro Hagemann, com a presença de todas as entidades
interessadas e que estão assumindo abertamente, inclusive o Governo está
assumindo aberta e publicamente a idéia de que um Projeto desta dimensão só
pode ser aprovado e sancionado pelo Executivo se houver negociação com as
forças vivas interessadas neste tipo de discussão. Está havendo isto também. O
debate feito dia 1º com a presença das entidades e com os Vereadores, que
lamentavelmente não contou com muitos Vereadores, é um demonstrativo de que
ninguém está disposto a empurrar pura e simplesmente este Projeto. Vamos
examinar o Regimento. Existe o rito do 81 neste Projeto? Rigorosamente, não!
Porque o 81 dispensaria as Comissões e ontem, antes deste Projeto vir para
Plenário, passou pelo crivo de mais uma Comissão, a CUTHAB, como parecer do
Ver. Mario Fraga, que infelizmente, não se encontra presente em Plenário.
Recebeu outras Emendas acolhidas, em grande parte, pelo relator, aprovadas pela
Comissão.
Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com toda a
transparência a nossa Bancada aguarda um argumento plausível que fundamente o
adiamento desse Projeto. Enquanto não ocorre isso, nós vamos nos posicionar
pela votação, hoje, do Projeto de Lei que poderá ser até, o último Projeto
desta Ordem do Dia. Agora, achamos que não há, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, um argumento plausível que tenha substância política, regimental ou
legislativa para adiar este Projeto. Todas as Emendas estão no corpo do
Processo. É possível que algumas Emendas sejam polêmicas. Dentro da nossa
Bancada, inclusive, existem divergências sobre um ou duas, mas isso não impede
que com maturidade e democracia - que a Câmara sempre souber assumir -, ou
seja, com o voto, a gente decida de forma madura esta questão. É importante
para todos e para a Cidade. Eu não tenho nenhuma dúvida que é por esta razão que
os Senhores Vereadores estão preocupados. Eu espero a votação deste Projeto,
hoje, sem adiamento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra para encaminhar.
O SR. NEREU
D'ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é estranha esta paixão do PT por
interesse na construção civil da Cidade. Em todo o caso, não há porque reparar
este súbito amor de violentar a natureza, o meio ambiente e aumentar
construções nos bairros. Não sei se a população concorda com este tipo de
postura, mas nós do PDT não concordamos. Se dependesse do PDT, este Projeto não
seria votado na última hora, nós últimos minutos, de afogadilho, sem uma
análise apurada. Agora, porque tem meia dúzia de lobistas aí, como fizeram no
Congresso Nacional, tem que apressar tudo. Nós não concordamos e, inclusive,
queremos a transparência desse Processo. Agora, se os Vereadores quiserem
atropelar; tudo bem, é uma responsabilidade coletiva da Câmara. Agora, eu creio
que não tem porque, já que aqui foi manifestada a intenção da uma Bancada de
transferir, sempre houve uma certa tranqüilidade na transferência. Foi meio
preocupado, pois quero saber qual é o interesse que está por trás disso tudo.
Isso aí é aumento de índice, de construção. Claro que a voracidade fiscal da
Prefeitura pode estar no meio para ganhar mais uns tostões furados. Agora, o
bem-estar e a ecologia da Cidade não sei se pensam assim. Eu estranho e
pergunto onde é que estão os “verdes” do PT que viviam aqui pressionando,
porque de algum lado vai sair da construção. Eu creio que, no mínimo, por uma
Sessão, deve haver transferência. Eu não estou entendendo porque essa pressa.
Matérias de maior importância, quando uma Bancada ponderou em transferir, não
houve problemas, e a Bancada do PDT não é intransigente, eu assinei um
Requerimento de três dias, mas já estamos leiloando em uma transferência. Mas,
se quiserem votar hoje eu vou votar contra, vamos votar pela transferência. Se
quiserem hoje, que assumam o risco. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra pelo PPR o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO
DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, sou pelo adiamento da discussão e
votação do Projeto do Solo Criado. Sou contrário ao Projeto, mas acho que a
discussão tem que ser feita e até alicerço a minha contrariedade numa Emenda
proposta para este Vereador, oriunda do Executivo Municipal e que eu não
assinei. Procuraram a minha assessoria, que, imediatamente, pela sua
competência, datilografou e colocou à minha consideração. Emenda de Liderança
ao Substitutivo nº 01. Vejam que o Executivo Municipal, não exatamente S. Exª,
o Sr. Tarso Fernando Genro, é claro que não, mas aquelas pessoas vinculadas à
atividade de parcelamento de solo, Plano Diretor, Solo Criado. Por falar em
parcelamento de solo deveria estar aqui sendo discutido o parcelamento de solo
em primeiro lugar. Em primeiro lugar o parcelamento de solo, depois até o Solo
Criado. Acho que deve ser transferido, sim, sem nenhum problema. Até gostaria
que fosse transferido para as calêndas gregas, o que significa por todo sempre.
Porque não acho que seja a solução para os problemas urbanos em Porto Alegre,
eles se decidem por aplicação pura e simples do Plano Diretor; se ele não for
suficiente, cumprindo o mesmo Plano Diretor, fazendo a sua revisão e sua
reavaliação, e não por projetos que eventualmente ocorram e apareçam aqui para
serem debatidos, como outros. Acho que o nosso problema não é mais leis, o
nosso problema é o cumprimento às leis, e nós não estamos cumprindo integralmente
o que preceitua o Plano Diretor, ou seja, 2 anos para revisão, 5 anos para
reavaliação. Não fizemos isso ainda, então, acho que deve ser adiada a votação
até para o ano que vem. E não se diga que está aqui há, 3, 4, 5, 10 ou 12 anos,
porque se está aqui há tanto tempo é porque não havia convicção. Se eu tivesse
convicção em cima de um projeto, eu brigaria por ele de forma que não deixasse
dúvidas de que era necessário, era indispensável e que precisaria ser votado.
Lembro que no ano passado eu pedi, não sendo da Bancada do Executivo, que
colocasse para votação o Parcelamento do Solo. Foi na área ligada ao Executivo
que o Parcelamento do Solo deixou de ser votado. Neste ano, depois do pedido do
Ver. Eliseu Santos que fosse renovada a tramitação, é que o Executivo Municipal
retirou, atendendo a anseios de não sei quem.
Portanto, acho mais justa a proposição do Ver. Nereu
D'Ávila de que seja adiada a votação. Volto a dizer, votem no dia que quiserem,
que eu votarei contrariamente, porque entendo que não consultam os interesses
da população desta Cidade. É um assunto que sei que houve discussão, está
tramitando há muito tempo, e as coisas boas, geralmente, não tramitam tanto,
porque, se são tão boas, são facilmente inteligíveis. No caso, parece que há
dificuldade até de o Executivo entender o que está sendo proposto.
Surgiu uma “tablita” mostrando as proposições, as
contradições, para que se pudesse analisar melhor, nada mais justo do que
analisar o material que hoje foi distribuído, pela aprovação do Requerimento do
Ver. Nereu D'Ávila. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Por solicitação do Ver. Isaac Ainhorn, o Requerimento de
adiamento por três Sessões será votado nominalmente. Solicito ao Sr. Secretário
que proceda à chamada.
O SR.
SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada nominal.) Sr. Presidente, 05
Vereadores votaram SIM, 22 Srs. Vereadores votaram NÃO e 01
Vereador optou pela ABSTENÇÃO.
(Votaram SIM os
Vereadores Elói Guimarães, João Dib, Nereu D'Ávila, Milton Zuanazzi e Isaac
Ainhorn. Votaram NÃO os Vereadores Airto Ferronato, Décio Schauren, Antonio
Hohlfeldt, Fernando Záchia, Geraldo de Matos Filho, Guilherme Barbosa, Helena
Bonumá, Jair Soares, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Gomes,
Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas,
Darci Campani, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Henrique Fontana e Jacão
Machado. Optou pela ABSTENÇÃO o Vereador Luiz Negrinho.)
O SR. LAURO
HAGEMANN (Questão de Ordem): Face ao resultado dessa votação e há um novo
Requerimento a ser apreciado pela Casa que adia a discussão por uma Sessão, eu
gostaria de pedir desculpas à Mesa, mas vou dizer que estou com Requerimento
pronto para pedir o adiamento da votação por uma Sessão. Que se discuta, pelo
menos, hoje o processo e se vote numa Sessão subseqüente.
O SR.
PRESIDENTE: A Mesa desculpa V. Exª porque, realmente, não foi uma Questão
de Ordem, foi uma informação sobre um Requerimento que está por entrar.
Requerimento, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja,
solicitando adiamento da discussão do PLCL nº 028/93 por uma Sessão.
Em votação nominal por solicitação do Ver. Wilton
Araújo.
Solicito ao Sr. Secretário que proceda à chamada.
O SR.
SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada.) Sr. Presidente, 10 Srs. Vereadores
votaram SIM e 19 Srs. Vereadores votaram NÃO.
O SR. PRESIDENTE: REJEITADO o Requerimento de adiamento.
(Votaram SIM os
Vereadores Divo do Canto, Elói Guimarães, Jocelin Azambuja, Isaac Ainhorn, João
Dib, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Letícia Arruda, Luiz Braz e Jacão Machado.
Votaram NÃO os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão,
Décio Schauren, Fernando Záchia, Geraldo de Matos Filho, Helena Bonumá,
Henrique Fontana, Jair Soares, João Motta, José Gomes, Lauro Hagemann, Luiz
Negrinho, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Darci Campani,
Guilherme Barbosa e João Verle.)
O SR.
PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 028/90. Com palavra o Ver. Lauro
Hagemann para discutir.
O SR. LAURO
HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, sinto-me confortado com a
decisão da Casa de começarmos a discussão deste Processo no dia de hoje. Já
está na Mesa um Requerimento subscrito por mim, para que, no decorrer da
discussão, ele seja apregoado, pedindo o adiamento da votação por uma Sessão.
No meu entendimento - e vivo nesta Casa há 11 anos
- até hoje não presenciei uma discussão tão longa sobre qualquer projeto quanto
este. Ele entrou na Casa em setembro de 1990; estamos em dezembro de 1993,
portanto, há mais de três anos este Processo percorre os caminhos desta Casa.
O Sr. Isaac
Ainhorn: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) É apenas para
manifestar minha estranheza, já que houve uma decisão majoritária deste
Plenário, no sentido de não adiar o Processo, não vejo qual a utilidade de
votarmos no dia seguinte. Já que houve uma decisão soberana da Casa, não há
porque não votar, Vereador.
O SR. LAURO HAGEMANN: Ver. Isaac, respondo a V. Exª que apenas cumpro o que havia
acordado com alguns companheiros. Sei que esta Casa é cumpridora dos seus
compromissos e, neste sentido, depositei um Requerimento pedindo esse
adiamento. Mas repito, não creio que tenha havido nos 11 anos de minha história
nesta Casa um Projeto que tenha sido tão discutido. Estranho o Ver. João Dib dizer
que o autor deveria ter mais empenho. Foi justamente em respeito à sociedade
que não colocamos este Projeto em discussão. Foi solicitado por várias
entidades populares, industriais, comerciais e de várias naturezas. Foi em
respeito à sociedade que não colocamos este Processo em votação e discussão
nesta Casa, repito. Estamos fazendo agora, porque no Seminário realizado em
princípio de agosto, patrocinado pela CFO e pela CUTHAB, nós fomos inquiridos
pela sociedade, por que não havíamos posto em votação. Então achamos que o
Projeto estava maduro. Nos últimos dez dias, nós temos tido muitas reuniões
diárias, até mais de uma. Admito que é um projeto difícil, complicado, porque
mexe com índices; é uma concepção nova, mas é um redesenho da Cidade no futuro,
nada acontece agora. Se houver algum ganho para o Executivo vai depender da
regulamentação desse Projeto. Muitas coisas que nós abdicamos de introduzir no
Projeto, e até retiramos muitas, nós as remetemos para a regulamentação, porque
é lá o local em que as entidades civis e organizadas vão discutir como se vai
aplicar este Projeto. Eu sei que existem resistências, resistências orgânicas,
corporativas, mas nós não podemos ficar presos a esses interesses. Nós temos
que desengessar a Cidade, sob pena de ela continuar crescendo irregularmente,
como tem acontecido até hoje. Este Projeto pretende deixar nas mãos da
Prefeitura, eu não falo na Prefeitura da Frente Popular, eu falo em qualquer
Prefeitura, o dever e o direito de controlar a expansão da Cidade, como poder
maior, e não deixar nas mãos de interesses privados. Às vezes, a Cidade não tem
condições de pagar os investimentos de infra-estrutura; às vezes, ela não tem
condições, ou são desviados para outras regiões. Não será, tenho certeza disso,
um Projeto perfeito e acabado, mas em algum momento da nossa história, nós
tínhamos que começar essa discussão. Pedimos socorro a várias entidades.
Fizemos na semana passada, uma Sessão Pública que contou com a presença de
entidades populares, Sindiscon, Agademi, Cecobi, entidades que têm interesse
direto.
Estranho muito o Ver. Nereu D'Ávila dizer que nós
estamos defendendo os interesses da construção civil.
O SR.
PRESIDENTE: Ver. Lauro Hagemann, o Ver. José Gomes cede o seu tempo a V.
Exª.
O SR. LAURO HAGEMANN: Surpreende-me a afirmação do Ver. Nereu D'Ávila, dizendo que nós estamos representando os interesses da indústria da construção civil. Ora! A Cidade é constituída de vários interesses e, ao Vereador, ao político desta Cidade, a mim, negou este papel de contemporizar os interesses da população periférica da Cidade, das vilas, desse amontoado de porto-alegrenses que vivem com os interesses, sim, da construção civil, porque há necessidade de se compatibilizar. Nós estamos num processo de governo democrático, e que todos os segmentos da sociedade têm o direito de expor suas idéias e de defender a suas idéias. Posso dizer, com a maior tranqüilidade, que foi transparente essa discussão. Toda a Cidade vai ganhar com este projeto: a indústria da construção civil, as populações periféricas, que vão poder ter atendidos os seus desejos mínimos de organização do solo urbano. Esta Casa, que no instante em que os políticos estão num descrédito total, trabalha na direção de um projeto edificante, que não é meu esse projeto. Esse projeto vai ser votado pela Casa, vai ser um projeto da Casa Municipal de Porto Alegre, para o Município de Porto Alegre. Toda a Casa vai lucrar com isso, vai ser olhada com mais respeito do que já está sendo olhada.
Por isso, Srs. Vereadores, distribuí no início da
Sessão, para cada um, um roteiro elaborado pelo meu gabinete em que consta o
texto do Substitutivo a ser apreciado com as respectivas Emendas e Subemendas.
Ninguém vai ser atropelado, todos podem se guiar por este documento, e ninguém
vai ser acusado de ter votado contra a sua vontade, ou que teve “socado goela
abaixo”, como se diz, um projeto dessa natureza. Eu confio no discernimento da
Casa. Hoje, ainda, conversando com alguns companheiros, eles me diziam que não
tiveram tempo de estudar convenientemente o assunto, mas que confiavam na minha
palavra. Eu lhes disse que, às vezes, tenho exagerado no pedido de crédito de
confiança a esta Casa, mas me julgo merecedor desse crédito porque sempre, em
todas as circunstâncias, tenho retribuído essa confiança com igual parcela de
representatividade, de amplitude, de responsabilidade; nunca deixei mal a
Câmara Municipal de Porto Alegre e espero que ela também tenha esse
discernimento, não que me beneficie, eu sou um dos trinta e três eventuais da
longa história de duzentos e dezoito anos de Porto Alegre. Não sei se algum dia
a história fará referência ao meu nome, não me interessa isso. O que me
interessa é que, agora, eu estou desempenhando aqui um papel que me cabe. Eu
espero que a Casa aprecie devidamente esse Processo, e que o vote. Não peço nem
que vote contra ou a favor, mas que vote o Processo. Cada um, depois, assumirá
perante a Cidade, perante a história, a sua responsabilidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
discutir.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em primeiro lugar eu quero
registrar que no início da discussão desse Processo, já em 1991, eu me sentia
até apreensivo ao analisar esse Processo, até em função de aspectos polêmicos
que se geravam a seu respeito, e chegamos ao final desse Processo, na minha
visão, numa situação bastante tranqüila até por que eu e meu gabinete não
recebemos nenhuma visita de nenhuma entidade, se posicionando contrária ou a
favor do Projeto. Nós nunca recebemos posição nenhuma. Isso, pode um lado, até
é positivo. Há na minha visão um entendimento da Cidade, relativamente ao
Processo que se discute e, por isso, eu voto favorável porque ninguém tem
dúvida que nesses aspectos a Cidade precisa mudar e ela deve mudar para melhor,
ela tem que se inovar.
Quem conhece a Cidade sabe, e um dos exemplos
claros é o 4º Distrito, onde ali residi e que houve, através de processos e
exigências “burras”, uma tendência ao afastamento e à dificuldade de se
construir em áreas nobres da Cidade. O 4º Distrito é uma das áreas mais
próximas do Centro e é praticamente impossível a construção lá. Houve uma
espécie de seleção: só quem tem muito dinheiro pode construir nesta Cidade. Aqueles
que têm menor capacidade financeira estão sendo cada vez mais empurrados para a
periferias mais distantes da Cidade. Então, acredito que o assunto merece um
debate nesta Câmara, mas é necessário que mudemos esta Porto Alegre em termos
de sistema de construção. O sistema de construção que existe em Porto Alegre é
um sistema “burro”. Temos que construir lá, a 30 quilômetros da Cidade, fazer
toda a infra-estrutura, estrada, etc, para fazer com que o pessoal ainda more
mal. Pois acho que é possível implementar um processo que agilize a construção,
facilitando-a, sem importar se beneficia este ou aquele. Se beneficia o
empresário, o morador de Porto Alegre, ótimo, votaremos favoravelmente com mais
razão ainda. Devemos votar pelo bem desta Cidade, e o Processo do Ver. Lauro
Hagemann tem esse poder. Estou nesta Casa desde 1989 e, desde lá, temos
recebido convites para debater esse tema, tenho ido às discussões. Nenhuma
entidade da sociedade esteve em meu gabinete, pedindo para votar contra. Então,
isso por si só, em uma matéria polêmica por natureza, já nos dá um caminho para
dizer que a sociedade, como um todo, quer esse tipo de proposta. Por isso,
votei contra o adiamento, mas vamos adiar, atendendo a um pedido do autor. Mas
a Cidade ganha com um processo que modifique o sistema de exigências arcaicas,
relativamente à construção na Cidade. Aqui, bem próximo ao Centro, temos áreas
com esgoto, calçamento, energia elétrica, luz, etc., e uma restrição
extraordinária para construir. Quem é contra esse projeto olhe e veja a
Presidente Roosevelt, eu morei ali, vejam o que era essa rua há 30 anos e como
está hoje! Por quê? Porque naquela região não se pode construir residência, se
constrói a residência tem que ser metade do espaço, um monte de babaquice.
Temos que mudar para melhor, avançar e o momento é este. Desde já manifesto a
minha intenção de voto favorável ao Processo, porque entendo que já
extremamente debatido faz 3, 4 anos. É extremamente positivo isso. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Dib para discutir o PLCL nº 028/93.
O SR. JOÃO
DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, sou frontalmente contrário ao Projeto
de Lei em discussão. Devo lembrar que no ano passado nós tínhamos aqui um
Projeto de Lei do Executivo que determinava regras para o parcelamento do solo.
O Ver. Lauro Hagemann na oportunidade se manifestava contrariamente ao Projeto
de lei. E mesmo tendo-se licenciado, pela sua competência, pela sua
inteligência fez com que o projeto terminasse não sendo votado. E este ano o
Executivo, depois de uma solicitação do Ver. Eliseu Santos para que voltasse a
tramitar, o Executivo, pura e simplesmente, retirou o projeto.
Ora, se o Plano Diretor da Cidade diz que após dois
anos se faz uma revisão do Plano Diretor e após cinco anos se faz uma
reavaliação do Plano Diretor, o que vi acontecer depois de 1979, mais
efetivamente foi a Prefeitura tornar-se uma especuladora imobiliária, ela que
condena todos aqueles especuladores imobiliários, é a maior especuladora da Cidade.
Está tramitando aqui e agora, neste Plenário, um Projeto de Lei do Executivo
estabelecendo a venda de índices construtivos.
Ora, como vamos vender o que é dos outros. Se não
posso dar o que é dos outros, acho que também não posso vender o que é dos outros.
Se sou engenheiro, tenho um terreno de 1000m² resolvo construir um prédio a
preço de custo, o que faço? Faço um projeto para construir dez apartamentos, um
apartamento para mim, chamo mais nove pessoas para comigo formarem um grupo e
construir o edifício de dez apartamentos. A lei me permite construir 10
apartamentos, divido o valor do terreno, 10% para cada um. Tudo certo,
construo, cada um recebe o seu apartamento, bonitinho, com vistoria da
Prefeitura, tudo certinho.
Mas, aprovado o tal de Projeto do Solo Criado já
não posso fazer isto, porque vou chamar os nove, sou o décimo, não posso dizer
para eles que é 10% de cada um, porque a Prefeitura quer mais do que eu que
tenho o terreno. Ela vai vender o que ela não tem.
Portanto, vai encarecer a construção civil nesta
Cidade. E não venham com esta história de construir para os menos aquinhoados
porque é brincadeira, está todo mundo usando isto. E tenho o propósito de dizer
que 18, 22 ou 15 metros quadrados. Não me venham apelar para esse sentimento que
todos nós temos de querer ver nossos irmãos morando muito bem. Não é com esse
tipo de coisa que vamos fazer nossos irmãos morarem bem. O passado está aí para
dizer que fazemos habitações da melhor qualidade sem que houvesse o solo
criado, sem que houvesse as demagogias de 18, 22 ou 30 metros quadrados.
Fizemos apartamentos de dois dormitórios com todas as dependências e também
apartamentos de três dormitórios. Fizemos casas inteirinhas e que estão
inteiras até hoje. E agora querem fazer 18 metros quadrados com está lá no
Loteamento Esperança - acho que deveria ser chamado Loteamento Desesperança
porque não dá para pagar o que eles pedem, o que o DEMHAB pede.
Há poucos dias manifestei minha tristeza quando o
DEMHAB estava intermediando o problema lá no Leopoldina. Segundo um dos
parágrafos, vamos ter estoques construtivos e vamos ter uma série de medidas
capazes de encarecer bastante a construção civil.
Em primeiro lugar, eu precisava ver aprovado aqui
nesta Casa o Projeto de Parcelamento dos Solos. Esse Projeto não foi estudado a
partir de 1991, ele foi estudado a partir de 1984: a coletividade estudou, a
Prefeitura estudou, o Prefeito Olívio Dutra mandou para a Casa e o Dr. Tarso
Genro retirou da Casa. Queria ver esse Projeto estudado para aproveitar uma oportunidade
de dar trabalho aos chamados especuladores desta Cidade, para que eles
vendessem terrenos em melhores condições do que aqueles em que pretendem vender
agora. Agora eles vão vender o ar acima dos nossos terrenos porque a Prefeitura
tem pouco dinheiro. A Prefeitura recebe tanto dinheiro que não sabe o que
fazer.
Aliás, o Prefeito Tarso Genro declarou que não deve
nada para ninguém e tem dinheiro em caixa. Mas se agora ele começar a vender
terrenos no ar... Já vi venderem terreno na água e depois descobriram que o
comprador não tinha terreno. Mas agora vai vender no ar e no ar parece que tem
porque o Prefeito autoriza fazer construções. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Wilton Araújo): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para
discutir.
O SR. ISAAC
AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu acho que esta Casa vive um
momento de maturidade, quando discute e vota o Projeto do Solo Criado que, na
realidade, representa uma continuidade de um trabalho que teve o seu início com
a criação e venda dos estoques de índices construtivos à época da Administração
Collares. Eu acho que o PT aprendeu! É positivo! O PT amadureceu, o Ver. Lauro
Hagemann, do PPS também amadureceu, no sentido de que é necessário
compatibilizarmos, numa economia de mercado, os interesses da população, que
pode-se compatibilizar com os interesses, ocasionalmente, de repente, em
determinados momentos, com os interesses da construção civil. Conseguiram
diferenciar, muitas vezes até, que a construção civil, necessariamente, não tem
uma natureza especulativa, e que quem abocanha os terrenos e mantém os
estoques, e o controle dos estoques do terreno, esses agem de uma maneira
especulativa em relação à Cidade. Nesse sentido, eu acho importante, e eu acho
que o momento é da maior relevância para a votação desse Projeto, e talvez até
o Ver. João Dib tenha razão de que aqui já estivesse sido discutida e votada a
questão do parcelamento do solo. Nós não resolvemos ainda, na realidade, a
questão do parcelamento do solo na cidade de Porto Alegre, e estamos votando o
Solo Criado. Aí eu concordo até, nós já tínhamos que ter-nos aprofundado na
questão do parcelamento do solo urbano, dos complicados mecanismos e meandros
do solo urbano existente em nossa Cidade, das dificuldades que há. Hoje, por
exemplo, nós temos a Via do Trabalhador, obra da Administração Collares. E a
Restinga foi uma invenção da época da ditadura, foi uma triste inovação. Hoje
ela está começando a se integrar ao processo da Cidade. E, no entanto, entre a
Cidade e a Restinga existe aquela estrada que está beneficiando todos os
sítios, basicamente. Vejam o que acontece lá, e a Cidade tem que se desenvolver
para lá, não há outra alternativa do que se ampliar. Então entre a Restinga
hoje, na rodovia do Trabalhador, e a cidade de Porto Alegre, existe uma área
rural e isto tem que se repensado. Por isso a simpatia com que vejo a discussão
e a votação desse projeto nesta Casa. Gostaria de chamar a atenção dos Srs.
Vereadores para algumas questões no processo de votação, como no caso da
Subemenda ao artigo 4, que diz o seguinte: “Após a expressão ‘paisagem urbana’,
acrescente-se a expressão, ‘conforme critérios técnicos e parâmetros
negociados’”. Parâmetros negociados com quem? Fica muito no ar, e quem vai discutir,
é o Executivo? São os empresários? Esses “negociados” está muito para linguagem
política e que se presta, muitas vezes, a coisas não muito claras, não muito
transparentes. Ainda mais hoje que está em questão os empreiteiros que fizeram
esse lobby poderoso e que não é de hoje, sabemos. Agora, preocupa-me
quando uma Emenda diz: “O solo criado quando utilizado para indução ou
desenvolvimento de determinada região da Cidade ou como distorções
eventualmente detectadas, poderão ter seus preços abaixo do critério científico
de avaliação de mercado, conforme critérios estabelecidos na regulamentação da
presente lei complementar”. Ora, permitir de imediato a venda a partir de
critérios técnico-científicos abaixo do preço de mercado é muito temerário. E
mesmo com a Subemenda do Ver. Décio Schauren que não resolve de todo, mas
sugere que o Projeto venha para a Câmara Municipal, fica melhor. E tenho
preocupação em relação a muita coisa que se deixa a regulamentação do Poder
Executivo, naquilo que podemos resolver em relação a essa lei, a Casa deve
resolver. Chamei a atenção de duas questões que já manifestei contra em relação
a emendas que estabelecem critérios extremamente discutíveis, mas quero dizer
que no contexto esse projeto representa um avanço para a Cidade e a consagração
de um dispositivo que está lançado na Lei Orgânica. Acho que deveríamos buscar
uma outra redação, porque a regulamentação será feita pelo Executivo no prazo
de 90 dias. E o parágrafo único estabelece que a regulamentação que trata o
“caput” será discutida em conjunto com os representantes de entidades, de
trabalhadores, profissionais, empresários e moradores.
Eu vejo também como é complicado esse caminho até
para sairmos tranqüilos na votação que merecesse a regulamentação com posterior
exame desta Casa. Não existe proposta neste sentido, mas eu apelo a uma
discussão, que nós encaminhássemos para esse sentido, que passasse, inclusive,
a regulamentação para cá para não termos problema de ordem nenhuma. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu já tinha afirmado ao Ver. Lauro
Hagemann, autor do Projeto, que éramos favoráveis ao Projeto de sua autoria, já
que o Vereador realmente é um dos grandes batalhadores e, desde a aprovação,
aqui, da Lei Orgânica, para que este Projeto fosse votado, aqui, nesta Casa. E
quando vi, inclusive, aquele Regimento inicial para adiamento por três Sessões,
gestionei junto aos meus pares para que o adiamento pudesse se dar até por
menos, por uma Sessão, a fim de que nós pudéssemos votar hoje. Para negar ou
para aprovar, mas que pudéssemos votar hoje. Eu já iniciei dizendo que vou
votar favoravelmente. E eu tenho, Ver. Lauro Hagemann, algumas preocupações dentro
deste Projeto e acredito até, que se constituem em artigos primordiais no
Projeto que nós vamos votar, aqui, hoje. Por exemplo: o índice de ocupação, “a
área urbana de ocupação intensiva acima do índice 0,6”. Eu acho que este texto
no Projeto fica muito bem substituído pela Emenda nº 05 que eleva este índice
de 0,6 para uma ocupação total, ocupação inteira. Eu acho que é uma das
preocupações que os Vereadores que analisaram este Projeto tiveram, e que eu
acredito que melhora muito a idéia. É uma preocupação que foi um alerta que a
nossa Bancada, numa análise primeira do Projeto, trouxe. E, inclusive, o
próprio Vereador Líder da minha Bancada, Ver. Jocelin Azambuja, chamava a
atenção para este artigo 2º, que pode ser resolvido através desta Emenda nº 05.
Outro fator que acho que é realmente preocupante: o
Ver. Isaac Ainhorn veio à tribuna e disse que a construção civil não é
especulativa. Eu acho o seguinte: a construção civil é especulativa. É uma
característica da construção civil, ela é especuladora. Acontece que, eu
acredito, esta especulação vai passar em muito, também, agora, para o Poder
Público Municipal. Porque o Poder Público Municipal, que vou ficar com uma
grande bolsa de índices para venda, vai se transformar num grande especulador.
Vai sair, exatamente, deste setor privado, e esta especulação vai passar, não
tem maneira de não passar para o setor público também. E é por isso que temos
que controlar. O País tem que ter mecanismos dentro da lei que vai ser aprovada
para que nós, do Legislativo, possamos controlar o Poder Público neste poder
novo que ele ganha agora, que é exatamente o poder especular. Vejo que tem
mecanismos no Projeto para que possamos fazer este controle. Eu gosto disto.
E, também, quando vamos lá para o art. 7,º acredito
que seja um dos artigos importantes do Projeto, nós vemos: “As regiões da
Cidade que de acordo com o regime urbanístico do 1º PBBU, possam ser
consideradas saturadas ou em vias de saturação, nós vamos dar possibilidade
para que aquelas regiões que não têm mais possibilidade de índice para
construção, que elas possam realmente adquirir isto.”
Eu acho que realmente é de extrema importância que
nós possamos fazer isto aqui, aumenta bastante é claro, mas acho que é
realmente importante.
E outro ponto que é realmente muito importante do
Projeto é exatamente a criação do Fundo, porque tudo aquilo que for auferido
dentro desta venda de índices, irá exatamente para que o Fundo possa ser
construído e para que este Fundo possa ter aplicação em áreas necessitadas de
nossa Cidade.
Então, eu, como Vereador há 11 anos desta Casa,
acompanhando a luta de V. Exª, fico feliz em poder votar este Projeto,
compreendo o Projeto, sabendo que ele vem, realmente, para melhorar a vida da
Cidade. E apenas, talvez, com estas divergências no espírito original, acredito
que com as emendas aqui propostas, o Projeto poderá sair daqui muito bom e se
transformar numa lei que acredito será de bom proveito para a Cidade. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a manifestação é rápida e apenas
para explicar a Emenda apregoada por S. Exª, o Presidente.
Neste momento, quero fazer um elogio ao trabalho do
Vereador Lauro Hagemann, que nos possibilita o exame correto de projetos,
substitutivos e emendas. Mas, nesse trabalho do Vereador Lauro Hagemann, faço
um observação art. 10, parágrafo 2º: “Os recursos do FMD, serão utilizados nas
seguintes proporções, inciso 1º: Setenta por cento para a aquisição de glebas,
terrenos e áreas para o Banco de Terra - o inciso continua - e obras de
urbanização.” A nossa Emenda diz que aí seria ponto e passa “obras de
urbanização” para o inciso 2º. Por que, Senhores Vereadores? Porque o fundamento
dos recursos para o Banco de Terra é justamente conseguir terras e lotes
suficientes para moradia e não a urbanização em primeiro lugar. Senão, nos
teríamos a hipótese absurda de alguém com um terreno de 5m x 5m ou 10m x 10m,
com asfalto, etc., utilizar todo o recurso que é para a moradia, basicamente.
Então, se passa “obras de urbanização” para o inciso 2º, que contempla vinte e
cinco por cento dos recursos canalizados. Essa Emenda, na verdade, foi sugestão
da UAMPA, através do seu Presidente Paulo Guarnieri, que nos trouxe e a
apresentamos, por gentileza do Vereador Nereu D'Ávila, do PDT, que vota contra
o Projeto e o Substitutivo. Já temos a aprovação do autor, Ver. Lauro Hagemann.
Gostaria de dar essa explicação aos demais Vereadores, do motivo da apresentação
da Emenda e que, realmente, ela fica de acordo com o objetivo maior do próprio
Substitutivo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra para discutir, o Ver. Clovis Ilgenfritz.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, de fato, votar vários Projetos
de tal envergadura num fim de legislatura aumenta a nossa responsabilidade. Mas
também, eu queria deixar aqui a todos os Srs. Vereadores, como uma pessoa que
tem uma vivência razoável nessa questão urbana/habitacional, que se não
fizermos alguma coisa estaremos postergando solução que a Cidade precisa e
precisa com urgência. Tanto é que foi dito aqui pelo Ver. Lauro e por outros
Vereadores que este Projeto do Solo Criado tem uma discussão longa, tem a participação
da sociedade civil, tem a participação dos organização populares, das empresas,
tem fundamentalmente a participação de um corpo técnico altamente qualificado
da nossa Administração Municipal, que não é o corpo técnico da atual
Administração mas é o corpo técnico que nos últimos 20, 30 anos, vêm
trabalhando a questão da Cidade. Eu tenho notado, Srs. Vereadores que me ouvem
com tanta atenção, que alguns Vereadores, através de emendas, têm demonstrado,
em determinadas emendas, que esse Projeto solucionaria todos os problemas que
hoje os empresários enfrentam ou que a sociedade enfrenta e que passam a
existir no Plano Diretor. E não é verdade. Nós precisamos analisar esse Projeto
do Solo Criado como uma proposta moderna, inovadora que já existe nos maiores
centros do mundo, nas cidades mais desenvolvidas da Europa. Isso não é
novidade, não estão descobrindo a América. Mas o solo criado é apenas um
pequeno instrumento que poderá compor, com mais quatro projetos que também
estarão em votação neste fim de legislatura. É importante, disse aqui o Ver.
João Dib, pelo que entendi, que se discuta e se vote o Projeto de Parcelamento
do Solo, ou não? Mas esse também não vai resolver todos os problemas, o
parcelamento é mais um instrumento. Porque dizem que é impraticável fazer o
parcelamento do solo, então vamos ver o porquê, vamos modificar, vamos criar as
condições, agora, com os limites, que seja protegida a sociedade e que sejam
protegidos os interesses empresariais também. Não podemos tirar de um para passar
para outro. Se é elitizado, vamos mudar naquilo que é elitizado. Há outro
projeto que é fundamental à nossa compreensão, e inclusive para o entendimento
de um critério moderno de trabalhar com o solo urbano que é o projeto que trata
da função social da propriedade. Este projeto traz inovações que conjugadas com
o parcelamento do solo, com o solo criado vão trazer vantagens para a Cidade.
Temos um outro projeto que está na pauta para ser votado, possivelmente no dia
15, que procura estabelecer critérios para o uso do espaço visual do Município,
também tem sido feito um mistério. Alguns empresários, acho que assodadamente,
inadvertidamente, vieram a esta Casa fazer uma enorme campanha contra. Quando
eu li o que eles escreveram contra o projeto fui agradecê-los, porque eles
deram todos os argumentos de que nós precisávamos para fazer esse projeto, até
para proteger o serviço dos empresários. Então nossa Cidade seguramente se
tivesse participado de toda essa discussão, numa expectativa muito grande (...)
O SR.
PRESIDENTE: Inscreve-se o Ver. João Motta, que cede o tempo a V. Exª.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Agradeço ao Ver. João Motta, procurarei ser sintético. Mas a
sociedade, como eu dizia, está precisando desses instrumentos. A sociedade
representada nos seus interesses pela Câmara Municipal de Porto Alegre. A
sociedade representada nos seus interesses no Executivo Municipal, que foi
eleito para administrar a Cidade.
Nós temos um compromisso. Eu tenho comigo mesmo, e
queria que nós assumíssemos, todos, o compromisso de aprovar todos esses
instrumentos. Possivelmente tenhamos discussões mais difíceis de serem vencidas
em algumas Emendas, mas mesmo assim, nós teremos que fazer um esforço para sair
dessa Legislatura, que começou tão bem, com tantos elogios à sua participação,
ao seu trabalho, à sua presença aqui, à qualidade. Vamos fechar com chave de
ouro, vamos aprovar os quatro ou cinco Projetos que estão, aqui, colocados pela
Administração, pelo Ver. Lauro, por nós mesmos, que são Projetos de interesse
da Comunidade, e sendo de interesses da Comunidade, tendo uma visão de
equilíbrio das coisas. É claro que eles não atendem a todos os interesses dos
empresários, como não atendem ainda a todos os interesses da Comunidade.
Um argumento que tem sido
colocado aí fora e aqui dentro, também, é que o Plano Diretor é culpado de
tudo. Eu acho que as pessoas que dizem isso, dizem uma meia-verdade. O Plano
Diretor tem problemas, mas esses problemas nós estamos querendo resolver
através desses Projetos. Dizer que o Plano Diretor é culpado pela pobreza, pela
falta de habitação, de condições de vida da sociedade. Isto não é verdade.
Com a visão de quem tem
vivenciado esse problema quase 30 anos, eu quero dizer que os problemas de
habitação, de falta de moradia, de saneamento básico, os problemas de
circulação na Cidade, dos recursos para melhorar as condições da Cidade têm que
vir num processo maior, que também está sendo discutido a nível nacional; é a
distribuição melhor da renda, que é a capacidade das pessoas terem poder aquisitivo,
porque tudo o que está sendo falado aqui, anos atrás, quando já era
problemática a questão da habitação, nós discutíamos para fazer habitação
popular. Mas eu tenho ouvido que nós estamos discutindo para viabilizar a
habitação para a classe média porque a popular, a maioria já desistiu, não tem
como, é o que dizem, por que 50 milhões de brasileiros estão à deriva. Essa
questão, Srs. Vereadores, também deve ser pensada. Falando com alguns
Vereadores, tentei demonstrar porque nós não podemos ficar atrelados a apenas
um tipo de lobby que acontece nesta Casa cada vez que tem um tipo de
projeto que mexe com a questão urbana. De meia dúzia de pessoas que se
apropriaram da Cidade, pensam que podem chegar aqui e pegar os Vereadores e
considerá-los caixas de ressonância só da sua intenção, ou até pessoas que não
têm capacidade de discernir entre o que é bom para a Cidade e o que é bom para
alguns. Eu tenho dito para esses senhores que não vamos abrir mão se alguns
princípios básicos da questão urbana, da nossa visão de reforma urbana e que
nós aceitamos a discussão. Se quiserem votar contra, que digam o porquê. No
nosso entender, essa discussão do contra e do a favor em algumas questões
sociais que esse projeto abrange é a questão ideológica. É uma questão de “boom”,
é uma questão de visão do sistema, é uma questão que interessa a setores de
classes sociais e isso tem que ser colocado com todo cuidado, com todo
respeito. Se alguém discordar por uma visão ideológica de como ele entende,
qual é a teoria melhor para o País, eu vou respeitar porque eu respeito o
pluralismo, eu respeito a divisão, a existência de contrários. Agora, por
favor, não vamos mascarar essa questão ideológica em cima de processos técnicos
que são modernos e necessários para a Cidade. O Ver. Pedro Américo Leal merece
o meu maior respeito e acredito que S. Exª entendeu o meu discurso até porque
nós sabemos bem o que cada um pensa e temos um respeito mútuo, embora possamos
concordar como estamos concordando agora. Nós já estávamos sintonizados. Quem
sabe? Concorda Vereador? Interesses coincidentes que nos unem neste momento.
Vejam como é bom esta abertura democrática, esta possibilidade de discutir. Vou
concluir porque me parece que acabou o tempo. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Nereu D'Ávila.
O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, pelo
resultado da votação do adiamento, já se viu que o resultado está assegurado
pela aprovação do Projeto. Então, não nos resta outra coisa senão chamar a
atenção dos Srs. Vereadores para que, pelo menos, ressalvem algumas
monstruosidades de Emendas a ele colocadas e que comprometerão inclusive a
nossa capacidade de lucidez. Quando o Ver. Clovis Ilgenfritz falava, eu
lembrava que no outro Projeto, de origem Executiva, que assegura o ônus em cima
de áreas descobertas, que estão valorizando, com notórias identificações de
particulares, não houve essa loucura de votar açodada e alopradamente que está
havendo nesse Projeto. Eu acho até que se poderia, podando esse Projeto daquilo
que chamo de certas excrescências, ele até poderia vir a ser aprovado. Mas eu
votarei contra todo ele, porque acho que é um desrespeito uma coisa dessa
importância, dessa natureza, servindo a interesses claros e objetivos da Cidade
que não são os da população, que se queira colocar goela abaixo apenas porque
se está no fim do ano. Vejam a Emenda nº 07, que introduz parágrafo ao art. 4:
“Parágrafo Único - Fica autorizado o Poder Executivo, através de Decreto, a
proceder a aumento da capacidade construtiva de diferentes regiões da Cidade
sem necessidade de autorização legislativa, desde que esses incrementos somados
não superem um terço da capacidade construtiva total da área urbana de ocupação
intensiva. Isto é uma loucura! É um absurdo! É a cassação do Poder Legislativo
da Cidade. A Emenda nº 06, art. 4º: “Para aplicação do instituto do solo criado
o Executivo Municipal revisará a densificação da Área Urbana de Ocupação
Intensiva, considerando a utilização plena da capacidade da infra-estrutura
urbana, sistema viário e transportes, equipamentos públicos e comunitários
existentes e aspectos da paisagem urbana: Estamos dando ao Executivo tudo o que
ele quer. Maravilhoso! Por isso o Sr. João Motta defendeu aqui, num entusiasmo
desmedido e desmensurado, a aprovação desse Projeto. Essas Emendas absurdas são
de sua lavra. A Emenda nº 10: “As regiões da Cidade que de acordo com o regime
urbanístico do 1º PDDU possam ser consideradas saturadas ou em vias de
saturação poderão ser objeto de solo criado nos casos de operações aprovadas
por lei específica que contenha o programa de obras públicas necessárias à
renovação, recuperação ou saneamento da área. “O art. 8º: “O preço do metro
quadrado do Solo Criado será estabelecido em tabela elaborada pelo Poder
Público.” Não vai mais ser a lei da oferta e da procura. Ora, fracamente: isso
não é uma carta em branco, é um presente de Natal que o Executivo e os
empresários da construção civil querem. Não é por outra razão que telefonemas
estão cruzando os ares, pensado que alguém aqui é vassalo da construção civil.
Não é o meu caso. A Emenda nº 15: “Acrescenta-se parágrafo ao art. 8°: § - o
solo criado, quando utilizado para indução ou desenvolvimento de determinada
região da Cidade ou com distorções eventualmente detectadas, poderá ter seus
preços abaixo do critério científico de avaliação e de mercado, conforme
critérios estabelecidos na regulamentação da presente Lei Complementar.” Na
regulamentação, vai se dizer qual região da Cidade pode ter desenvolvimento, isso
fica aleatório, para alguém decidir, e poderá ter seus preços abaixo do
critério científico de avaliação e de mercado.
Quero dizer que nunca me neguei a que matérias
importantes sejam votadas pacificamente nesta Casa. Considero prematuro este
Projeto. Só estas questões que li mostram o que se dará ao Poder Executivo, que
poder de barganha ele ficará com os empresários. Não é por outras que o Sr.
Lula vem almoçando, sistematicamente, com os empresários. Diante disto, voto,
totalmente, contrário ao Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Sr. Darci Campani inscreve-se e cede o seu tempo ao Ver.
Lauro Hagemann.
O SR. LAURO
HAGEMANN: Essa Casa me conhece há muito tempo, e não é do meu feitio
responder, intempestivamente, a nenhum Vereador. Eu tenho pelo Ver. Nereu
D'Ávila o maior apreço, mas S. Exª disse coisas, da tribuna, que não confortam
a sua inteligência. Este Projeto, repito pela enésima vez, faz mais de três
anos que tramita nesta Casa. É impossível que haja algum Vereador que não tenha
procurado saber do que se trata, porque é um Projeto que vai alterar a
fisionomia da Cidade. Agora, ainda antes da Sessão, meu gabinete elaborou um
trabalho que não é muito comum nesta Casa. Esse Processo foi usado na discussão
da Lei Orgânica, justamente com as alterações que ele contém. Lamento dizer ao
Ver. Nereu D'Ávila que ele não leu o Projeto. Se leu, não entendeu, porque
todas as coisas que falou estão escritas aqui. Inclusive aquilo que ele intima
de irregularidades, que esta Casa ficará desassistida ao prosseguir no controle
do processo, é absolutamente contrário ao que está contido aqui neste
documento. O famoso artigo que ele diz que a Prefeitura ficará com a faculdade
de, por decreto - o art. 11 - regulamentar as alterações, temos uma Emenda
suprimindo, pura e simplesmente este artigo. Isto é objeto da discussão que se
travou; sentimos a reação da Casa.
A Emenda n° 07, se V. Exª tiver o trabalho de ler
um pouco adiante, Ver. Nereu, lerá que “suprima-se o art. 4º do Projeto”. Não
só o “caput” como o Parágrafo Único, que é outra Emenda. Nada ficará sem o
exame desta Casa!
Agora há pouco, o Ver. Isaac Ainhorn ponderava que
existem certas correções legais a serem feitas, ao que acedi prontamente. Não
quero tirar desta Casa o poder de fiscalizar a aplicação desta Lei, porque, em
última instância, isto é a valorização do Legislativo. É para isto que estamos
aqui. Não estou legislando para o Prefeito Tarso Genro! Estou legislando para
os futuros Prefeitos que não sei quem são e nem que visão terão deste Projeto,
de como aplicarão as coisas que aqui estão contidas.
O Sr. João
Motta: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nereu
D'Ávila, apenas para precisar a discussão específica deste artigo. Esta Emenda
que introduz um Parágrafo Único, diz exatamente o seguinte: “Fica autorizado o
poder Executivo, através de Decreto, proceder o aumento da capacidade
construtiva de diferentes regiões da Cidade, sem necessidade de autorização do
Legislativo, desde que esses incrementos somados não superem um terço da
capacidade construtiva do total da atual área urbana da ocupação intensiva.”
Isto está sendo destacado do texto pelo Ver. Lauro Hagemann e não vai aparecer
no Projeto. Isto é objeto de negociação e de toda uma discussão que está sendo
feita nesse momento. Se V. Exª quer manter o texto teria que votar contrário ao
Pedido de Destaque do Ver. Lauro Hagemann que tirou do texto essa Emenda.
O SR. LAURO
HAGEMANN: Agradeço o aparte do Ver. João Motta que ajuda a esclarecer a questão.
Existem muitas coisas que nós temos consciência que não estão perfeitas e
acabadas no Projeto, elas terão que ser objeto de apreciação, discussão. Nós
estamos dispostos a modificar, na medida em que sirvam para aprimorar o
Projeto. É um instrumento urbanístico de excepcional valor para a Cidade, não
para este Prefeito que está aí, que talvez nem possa ocupá-lo.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): V. Exª fala no tempo que lhe cede o Ver. Luiz
Negrinho, continuando com a palavra com a anuência do Ver. Décio Schauren.
O SR. LAURO
HAGEMANN: Eu agradeço ao Ver. Luiz Negrinho. Este Projeto fere interesses
muito peculiares da Cidade, acima desses interesses existe um interesse maior
que esta Casa tem o dever de representar e defender, que é o interesse de toda
a população. Através desse Projeto fica a Prefeitura com o poder do
desenvolvimento da Cidade, não como tem acontecido nos últimos tempos em que
interesses privados desenvolvem a Cidade para o lado que lhes interessa, após
recorrem à Prefeitura para fazer as obras de infra-estrutura, e aí toda a
população paga. Numa época em que se discute o liberalismo, essa questão tem a
sua procedência. Há que se ter transparência e democracia no processo de gestão
da Cidade. Todas as entidades deverão estar incluídas numa ampla consulta ou
negociação. Entende-se negociação não no sentido pejorativo, negociação no
sentido de que cada um expõe os seus desejos, as suas necessidades, as suas
condições. Que trate dos seus adversários, com os confrontadores em igualdade
de condições.
O Sr. Airto
Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) O art. 2°,
Parágrafo 2º tem uma Emenda suprimindo. Diz o seguinte: “As edificações
realizadas são da vigência do atual Plano Diretor cuja capacidade construtiva
tem ultrapassado os índices estabelecidos somente poderão ser regularizadas
mediante pagamento do acréscimo construtivo com o Solo Criado nos termos desta
lei.” A experiência tem demonstrado que Porto Alegre tem, sim, construções
irregulares em extraordinário volume e há essa Emenda supressiva. Eu não tenho
aqui o parecer, mas essas Emendas têm o parecer favorável? Eu não sei se V. Exª
pode me dizer? Porque se essa Emenda não tiver parecer favorável parece-me que
os proprietários de imóveis terão que ceder os imóveis por não ter capacidade
para pagar esses índices construídos a mais.
O SR. LAURO
HAGEMANN: (Lê art. 9, parágrafo 2º.) Suprima-se este artigo. Este artigo
está suprimido. Isso aí seria um ultrave e um óbice aos que quisessem se valer
da lei. Eu quero voltar a repetir que, no decorrer da discussão desse processo,
muitas coisas foram arredondadas. Nós não temos o privilégio de querer disputar
a hegemonia do conhecimento do Parcelamento do Solo Urbano, não somos
oniscientes. Queremos essa discussão e para isso fizemos questão de que a Casa
aprovasse o propósito de que se discutisse nesta Sessão o Solo Criado que é
matéria complexa. V. Exas não podem imaginar, quem entra nesse
emaranhado fica assoberbado pelo grau de complexidade com que as coisas se
apresentam. E legislar sobre parcelamento do solo, sobre urbanização, é questão
complicada. Grandes cidades do mundo ainda não conseguiram resolver esse
processo. Cito o caso de São Paulo que começou a fazer a revisão do seu Plano
Diretor sem ter a legislação básica capaz de suportar essas alterações e se deu
mal porque todos os proprietários, os interessados que foram bater às portas da
justiça, ganharam as causas contra a Prefeitura porque não havia suporte legal
que embasasse aquilo que a Prefeitura pretendia fazer. No meu entendimento as
coisas aqui estão correndo ao natural. Estamos balizando pela Lei Orgânica,
pelas Leis Complementares, pelas Regulamentações e vamos chegar ao Plano
Diretor para adaptação dessas novas Comissões. Por enquanto era isso. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Décio Schauren está com a palavra.
O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu estou absolutamente convencido de que o Projeto Solo Criado, do Ver. Lauro Hagemann é um Projeto importante para a Cidade. E, ao contrário do que alguns Vereadores disseram aqui, de que não houve tempo para discutir o Projeto, acho que é importante, por um lado, repetir aquilo que já se disse: o Projeto está aqui, na Casa, há três anos em discussão e quero dizer mais, o Projeto inclusive foi discutido amplamente num seminário promovido pela própria CUTHAB aqui da Casa. Talvez os Vereadores que dizem que o Projeto não foi discutido, não participaram dessa discussão, mas foi uma discussão importante onde participaram Vereadores da Casa, entidades populares, onde participou a construção civil. Quer dizer, amplos setores da Cidade discutiram esse Projeto e mais, o Projeto foi discutido com os técnicos da Prefeitura e que são técnicos da mais alta competência e da mais alta seriedade. Então, eu acho que não se pode dizer o que alguns Vereadores estão dizendo, que o Projeto se presta para isso ou aquilo, ou, então, que não serve aos interesses da Cidade. Vereador Nereu D'Ávila, eu quero lhe dizer que com relação a Emenda nº 15, uma Emenda de seu colega de Bancada que diz o seguinte: o Solo Criado, quando utilizado para indução ao desenvolvimento de determinada região da Cidade, ou com distorções eventualmente detectadas poderá ter seus preços abaixo do critério científico de avaliação e mercado, conforme critérios estabelecidos na regulamentação da presente Lei Complementar. Eu fiz uma Subemenda a esta Emenda que diz o seguinte: “Acrescente-se ao final do texto da Emenda n° 15 a expressão ‘mediante prévia aprovação Legislativa”, quer dizer, se, eventualmente, houver algum problema, é o Legislativo que vai examinar isso.
O Sr. Nereu
D'Ávila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª
apresenta uma novidade ao Plenário, por isso é que eu disse que não havia sido
discutida essa Emenda, acho que ninguém sabia dela e ela é boa. Só gostaria de
acrescentar - já que gostei de sua Emenda - que, tecnicamente, não sei se é
viável, pois aqui diz que está estabelecido na regulamentação da presente lei,
então sua Emenda tinha que tirar a regulamentação, porque V. Exª está
misturando regulamentar com prévia. Sua Emenda trata de uma prévia autorização
legislativa, então quer dizer que V. Exª quer que passe por aqui antes.
Concordo inteiramente, só que a regulamentação, que é um ato administrativo da
Prefeitura, fica prejudicada. Então, tecnicamente falando, sua Emenda tinha que
ser assim: onde tem “de mercado” - vírgula - e entra o seu texto e sai
“conforme critério estabelecido na regulamentação da presente Lei Complementar”.
O SR. DÉCIO
SCHAUREN: Podemos até examinar essa questão, mas gostaria de dizer que a
Emenda já estava, desde ontem, à disposição.
O Sr. Nereu
D'Ávila: Vereador, não sou obrigado a conhecer todas as emendas da Casa.
O SR. DÉCIO
SCHAUREN: Mas é importante que V. Exª não faça esse tipo de discurso sem
conhecer todo o Projeto. De qualquer forma, entendemos que o Projeto é
importante para a Cidade e que o Plano Diretor deva ser um instrumento dinâmico
de planejamento da Cidade. Temos, neste final de ano, uma série de projetos que
visam a contribuir com o Plano Diretor no sentido de fazer com que ele seja um
instrumento dinâmico de planejamento da Cidade e que acompanhe a realidade. O
Ver. Clovis Ilgenfritz antecedeu-me dizendo que temos na Casa vários outros
projetos, como o do Parcelamento do Solo, o Projeto da função social da
sociedade, o Projeto das áreas especiais de interesses social, que é um projeto
de minha autoria. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Próximo orador inscrito é o Ver. Antonio Hohlfeldt, que está
com a palavra.
O SR.
ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quando apelei ao Ver.
Nereu D'Ávila, e agradeço a S. Exª que atendeu a este apelo, não só meu, mas de
outros companheiros no sentido de que abríssemos a discussão hoje, era para que
se permitisse que o Ver. Lauro Hagemann, como autor do Projeto, coordenador de
todas as discussões trouxesse aqui alguns dos pontos cruciais da proposta
elaborada por ele ao longo deste tempo, e que em parte até admito pelo modo
como a Casa trabalha, talvez até fosse verdade que boa parte dos Vereadores não
conhecesse. Porque nem todos os Vereadores lêem os projetos antecipadamente,
nem todos têm participado dos debates que foram publicamente desenvolvidos. E daí,
é das características, da responsabilidade de cada Vereador. O que não podemos
é trancar o processo legislativo por culpa deste tipo de comportamento.
Por outro lado, Ver. Lauro Hagemann, confesso que
não conhecia todo o teor das Emendas, portanto tinha preocupação quanto ao teor
delas. Ao ler as Emendas e prestar atenção nas colocações em torno delas vejo
que existem algumas que me preocupam e algumas das quais discordo, o Ver. Isaac
levantou algumas, o Ver. Nereu levantou outras, e os diferentes Vereadores
foram compondo gradualmente aquelas intervenções que são subemendas, pedidos de
destaque, supressões, que fazem o trabalho mais interessante do Plenário. Que é
exatamente a intervenção de cada Vereador, nas nossas 33, ou 32 cabeças, na
medida que o Presidente da Casa não se envolve de modo geral com esta
negociação, mas que nem por isso tem deixado de acompanhar a discussão do
processo, até na condição de Vereador. E vejo que tem questões das quais
discordo. Por exemplo, na Emenda nº 19, o acréscimo do parágrafo ao art. 2º, em
torno das áreas funcionais da Cristóvão Colombo e adjacências. A Subemenda n°
01 à Emenda n° 06, os critérios técnicos, concordo evidentemente e dos
parâmetros negociados onde vai a empreiteira tenho muito medo e não é de agora é
de muito tempo atrás, até por toda a nossa experiência. Sei muito bem o que o
Ver. Lauro quis com isso. Não tenho a menor dúvida quanto à seriedade da
Emenda, mas tenho temor das interpretações da Emenda. O Ver. Lauro sempre me
lembra de que muitos Vereadores com grande prática, quando ele ainda era
novato, diziam o seguinte: “Vamos cuidar dos apostos, das vírgulas e das
palavras. Atrás delas, de repente, vem o que a gente não espera”.
Tem discordância, por exemplo, da Emenda nº 07, de
autoria do Ver. João Motta, que autoriza o Executivo, por decreto, a proceder
aumento de capacidade construtiva.
O Sr. João
Motta: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, num
aparte anterior acabei de registrar ao Plenário, especialmente em atenção a uma
intervenção do Ver. Nereu D'Ávila, que há um destaque do Ver. Lauro Hagemann
para esse artigo, exatamente como a forma de viabilizar todo um processo de
recuo com relação a algumas posições que foram assumidas. Portanto, se o
Plenário quiser manter esse texto teria que derrotar o Requerimento do Ver.
Lauro Hagemann.
O SR.
ANTONIO HOHLFELDT: Quer dizer que são favoráveis a sua Emenda nº 06. A
diferença é essa. Acho que até inteligentemente V. Exª separou o artigo que
modifica. Estou de acordo com a modificação em relação ao artigo 4º e discordo
de longa data do parágrafo. Essa história de decreto realmente mudou, já saímos
de 1964, mesmo que as coisas venham para cá. Se a briga vier para cá vamos
brigar aqui. Não há problema. Temos as mais diferentes representação aqui na
Casa. Sempre disse isso. Na minha vida inteira sempre fui minoria, portanto não
tenho problema nenhum, nunca vivi a experiência de ser maioria nesta Casa.
Também acho que a Subemenda nº 01 à Emenda nº 09,
de autoria do Ver. Mario Fraga, que retoma aquela idéia dos critérios técnicos
dos parâmetros negociados pelo mesmo motivo anterior não me agrada.
Estou pedindo destaque pelo menos a três passagens
de Emendas. Gosta das Emendas mas tenho temor quanto a alguns conteúdos. Os
apostos me deixam aposto, como digo. Então chamo a atenção na Emenda nº 20 à
passagem, na terceira linha, do seguinte: “Condição extra-estabelecida a partir
de critérios técnicos de parâmetros negociados.” É a mesma preocupação. Estou
pedindo destaque desse aposto, dentro da Emenda de autoria do Ver. Lauro
Hagemann favorável à Emenda com o destaque. Estou pedindo destaque na Emenda nº
11, de autoria do Ver. Motta, na substituição do CUB pela URM, porque eu acho
que o CUB tem sido um parâmetro de construção civil excelente, real, muito mais
do que a URM, URR, ou qualquer coisa parecida que acabamos de votar aqui, na
Casa. Eu, por mim, mantenho o CUB, acho que nós vamos ter um parâmetro mais
real em termos de preço de construção civil, e, por fim, estou pedindo também
destaque da mesma Emenda, parágrafo 1º, a expressão “ou obras de urbanização”,
por um problema muito simples: atrás de “obras de urbanização”, Srs.
Vereadores, vêm as empreiteiras, e gato escaldado eu sou de muito antes dessas
CPI’s do Congresso Nacional. Portanto, que a Prefeitura aceite em permuta
imóveis, ou área construída, eu estou de pleno acordo; mas que a Prefeitura
receba obras de empreiteiras, com o meu voto não, porque aí as coisas vão
complicar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esta Emenda que nós apresentamos ao Projeto do nobre Ver. Lauro Hagemann, um Substitutivo, visa a buscar corrigir um problema que ali existia, porque determinava um conselho, e, evidentemente, nós não temos conselho criado ainda para a fiscalização e a aplicação do Fundo Municipal de Desenvolvimento. Então a idéia foi justamente deixar para que o conselho competente então possa agir. No dia em que for criado o conselho fica-se sabendo qual será este conselho, claro que ressalvada a competência da Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre, porque nós sempre temos que preservar esse espaço de discussão das matérias e que passem pelo nosso Plenário, pela nossa Câmara de Vereadores. Inicialmente vimos com muitas restrições o Projeto do Ver. Lauro Hagemann quanto à utilização desse espaço, porque nos preocupa muito tudo aquilo que vem onerar o cidadão, tudo aquilo que vem restringir a propriedade. Mas estamos vendo que as Emendas que estão sendo apresentadas estão controlando todo esse trabalho, esse poder de venda que o Executivo terá desses espaços. O aumento dos índices de construção, com as Emendas que estão sendo apresentadas - e o Ver. Nereu D'Ávila colocava suas preocupações a uma série de artigos e Emendas apresentadas - e também o Ver. Clovis Ilgenfritz na sua Emenda trouxe uma contribuição positiva porque dá maior controle a essa abertura que o Projeto permite. O Ver. Pedro Ruas, na sua Emenda, transfere de 70% do índice para 25% as obras de urbanização, e são todas Emendas que buscam corrigir as falhas que eventualmente se apresentem e que no encaminhamento, já que temos vinte e tantas Emendas ao Projeto, aprimoram e dão condições para que, no complô geral se possa ter um encaminhamento favorável até porque há um sentimento entre os Vereadores em votar favoravelmente ao Projeto. Por isso, é que as Emendas têm sido importantes no sentido de fazer essas correções, pois temos que manter um controle permanente nesta Casa ao trabalho do Executivo, um controle da Cidade sob todos os aspectos, também temos um Plano Diretor a ser preservado. Temos todo um trabalho técnico dentro da estrutura de habitação de Porto Alegre que precisa ser preservado e parece-me que com essas Emendas, esses estudos que estão sendo feitos, mesmo de última hora, e para nós que estamos na primeira Legislatura, já que o Projeto se arrasta há 4 anos na Casa, os Vereadores mais antigos tiveram a oportunidade de aprimorar bastante o seu estudo, o seu conhecimento sobre o Projeto. Nós, que iniciamos este ano, procuramos durante o ano, no momento em que conhecemos o Projeto, fazer um estudo. Tínhamos um estudo técnico, na maneira original nós votaríamos contra, essa era a posição da Bancada. Mas, depois, com o próprio Substitutivo, com as Emendas que vêm sendo apresentadas, nos levam para um caminho melhor, nos levam para um caminho de um entendimento, de um aprimoramento das questões.
Por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, entendemos
ser importante neste próprio estudo que se desenvolve agora no Plenário o
aprimoramento do Projeto e também Emendas que venham ainda poder aprimorar mais
e fazer com que a Cidade tenha um Projeto a sua altura e que permita melhor
utilizar no sentido social as verbas na área da construção civil. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Milton Zuanazzi.
O SR. MILTON
ZUANAZZI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, apesar dos três anos de
tramitação, essa é uma discussão difícil e será difícil, talvez, porque existem
questões de fundo que um Projeto como esse pode não alcançar ou, então,
alcançar. Por exemplo, nós até hoje não discutimos, se é possível discutir, se
nós queremos que Porto Alegre cresça. Nós não discutimos se nós queremos que
Porto Alegre cresça, se queremos Porto Alegre com 3 milhões de habitantes, com
5 milhões de habitantes, com 10 milhões de habitantes, ou uma megalópole como
São Paulo.
Agora, ao mesmo tempo nós sabemos, e a Fundação de
Economia e Estatística apresentou um trabalho que, no ano 2.000, metade da
população de Porto Alegre estará morando em áreas irregulares. Então estas
contradições que um Projeto deste tem que enfrentar são de um Brasil que
possivelmente a gente quer e de um Brasil que existe concretamente. E entre
esses limites, todas as posições são, a princípio, respeitáveis. Por isto que
talvez três anos seja pouco para uma discussão como esta. Mas o fato que para
mim, por exemplo, Vereador na primeira Legislatura, é um fato recente. Eu a
sinto como uma discussão bastante recente. Não tem 30 dias, meu ilustre Ver.
Lauro Hagemann, que V. Exª me deu ali na mesa, e comecei a ler e a me debruçar
sobre o assunto. Sei também que esta é toda uma legislação que aparentemente
pelas posições que passaram aqui pela tribuna, que ela à aprovação do Projeto,
tem uma implantação de médio prazo. Não será para amanhã. Então, não podemos
confundir com interesses imediatos. Terão processos, de formas que nós temos
que encarar esta realidade: o Processo está aqui, está para ser votado. Eu nem
tinha pensado em me inscrever, mas me inscrevi devido ao posicionamento do Ver.
Décio Schauren, além de querer deixar a minha manifestação. Acho que houve um
certa confusão, ele havia colocado Ver. Nereu D'Ávila e colocou Ver. Décio
Schauren. O Ver. Nereu D'Ávila se referia ao art. 4º. Na opinião dele, uma
espécie de cheque em branco ao Executivo, e o Ver. Décio Schauren se referia ao
art. 8º de uma Emenda do Ver. Mario Fraga que passa por autorização legislativa.
Uma Subemenda a uma Emenda do Ver. Mario Fraga que eu, conversando com o Ver.
Mario Fraga entendi, lendo a princípio, que a intenção dele foi em áreas onde o
Município já investiu, como por exemplo, a Restinga, para que determinados
terrenos pudessem ter um preço baixo. E o Ver. Décio Schauren traz para
aprovação legislativa. Parece-me correta a posição do Ver. Mario Fraga com a
Subemenda do Ver. Décio Schauren. Não há, portanto, mistura com o art. 4º.
Realmente este art. 4º me traz estas preocupações.
Mas de qualquer forma o Projeto está aí. Foi
encaminhado desta forma e quem sabe esta discussão nós vamos ter no ano 2.000.
Quem sabe esta Câmara vai estar discutindo que no ano de 1993 aprovamos algo,
ou seja, que sete anos atrás aprovamos algo que talvez no ano 2.000 esteja
sendo implantado. Acho bom abrirmos porque na hora da votação das Emendas isto
tudo pode criar uma grande confusão. E eu me inscrevi muito neste sentido. Há
uma visão crítica do Ver. Nereu D'Ávila, no que se refere ao art. 4º. E ele se referiu
também à Emenda do Ver. Mario Fraga. E a posição do Ver. Décio Schauren atende
somente ao art. 8º, sendo uma Subemenda à Emenda número quinze, do Vereador
Mario Fraga. É bom explicitar, para que na hora da votação nós não tenhamos
esse nível de confusão. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu tive a oportunidade de
discutir intensamente o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. Naquele
período, havia uma visão ideológica sobre a Cidade. Entendia-se que os
parâmetros estabelecidos para o desenvolvimento da Cidade não deveriam
ultrapassar aqueles valores que, à época, se colocavam. A verdade é que, de lá
para cá, a visão ideológica mudou muito. Era humanamente impossível admitir a
probabilidade de êxito de um Projeto desta natureza, quando a construção civil
viesse aos meios de comunicações e dissesse que este Projeto é excelente e bom.
Então havia, inquestionavelmente, uma visão que se tinha, no período de 1979 e
na década de 1980, absolutamente contrária.
Eu acho que até colocávamos uma visão equivocada
naquela oportunidade, porque planejávamos uma Cidade um tanto ideal, com
índices construtivos inadequados a nossa capacidade, até de desembolso, mas não
se pode fazer, porque a construção civil queria e pretendia. Então, nós
vivíamos aquele entrechoque de “estou a favor”, “estou contra”. Os tempos
mudaram, esta é a verdade. E ontem, ouvindo o Ministro Fernando Henrique
Cardoso, ficava em profunda contradição, me colocava em uma situação bastante
confusa. O Ministro Fernando Henrique Cardoso dizendo: “Temos que privatizar,
temos que privatizar, temos que privatizar!” Pois bem, o Delfim não dizia isso,
que era o símbolo da iniciativa privada, o símbolo da burguesia, etc. E o
Ministro dizendo que temos que privatizar. Estamos diante de uma realidade
nova, onde os valores, a visão ideológica está sendo redefinida. Há uma
redefinição ideológica frente à realidade que nos cerca. Eu, por exemplo,
conheço, Ver. Lauro Hagemann, já participamos de três Legislaturas. Tem o Ver.
Lauro Hagemann um crédito incomensurável, porque é uma pessoa que vem se
dedicando à causa pública ao longo da história, um homem intangível e, talvez,
Ver. Nereu D'Ávila, é um momento novo. Estamos vivendo um momento diferente,
onde há todo um processo que mexeu com a nossa cabeça, e estamos perdidos. Quem
quiser fazer uma análise, uma autocrítica, vai ver que estamos bem perdidos.
Aqueles valores que balizavam os caminhos, à esquerda, à direita, isso está
muito confuso.
O Sr. Nereu
D'Ávila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para dar
inteira razão a V. Exª e, talvez, esse conluio da esquerda com a construção
civil, por exemplo, seja influência do jornalista Juremir Machado da Silva, que
defende uma tese da pós-modernidade, onde ele critica as utopias do marxismo e
entra numa realidade, até, de terreiro de umbanda. É isso Vereador.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Eu não teria a veemência de V. Exª para falar em conluio aqui,
absolutamente, não! A verdade é que é uma visão diferente. Acho que o Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano, aquele que concebemos como instrumento ideal
para a Cidade, terminou sendo elitizado. Os tempos mudaram, então é necessário fazer-se
uma flexibilizarão. E nesse sentido, acho que com alguns reparos, algumas
Emendas, se pode chegar a bom termo nesta matéria. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Não há mais Vereadores inscritos para discutir.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Lauro
Hagemann solicitando o adiamento, por uma Sessão, da votação do PLCL nº 028/93.
Com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt para
encaminhar o Requerimento.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu encaminho por uma precaução tão somente.
O Vereador Isaac Ainhorn levantava questão do porquê em adiar a votação. Nós temos um compromisso com o Vereador Nereu D'Ávila de não fazermos a votação hoje, de postergarmos.
Eu quero levantar uma outra questão que me
preocupa. Nós temos um conjunto tal de Emendas e Destaques que entraram no
decorrer da discussão, que certamente a Diretoria Legislativa precisa de algum
tempo para montar um quadro da ordenação dessa votação, das prejudicialidades,
da organização. Eu próprio fiz destaques às Emendas. Não são destaques que se
votarão antes, mas são destaques que se votarão depois, se a Emenda for
aprovada. Me parece que é de boa precaução nós postergarmos a votação de hoje
para sexta-feira. A DL poderá montar esse quadro todo. Nós temos encerrada a
discussão. Não há mais Emendas.
Então, viremos com a coisa bem orientada, fixada e
votaremos com absoluta tranqüilidade. Portanto, favorável ao adiamento por uma
Sessão. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Não há mais nenhuma Bancada inscrita para encaminhar o Requerimento de autoria
do Ver. Lauro Hagemann para que o PLCL nº 028/93, que está sendo votado, tenha
adiada a sua votação por uma Sessão. Em votação. Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
o Requerimento.
Adiada por uma Sessão a votação do PLCL nº 028/93.
DISCUSSÃO GERAL E
VOTAÇÃO
PROC. N° 3052/93 - PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 015/93, que autoriza o Prefeito a afastar-se do Município, com ônus para o Executivo, nos dias 08 e 09 de dezembro de 1993, para viajar a Brasília/DF.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver.
Isaac Ainhorn: pela aprovação.
O SR.
PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o PDL nº 015/93.
Requerimento de autoria do Ver. João Verle,
solicitando que o PDL nº 015/93 seja dispensado de distribuição em avulsos e
interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em
votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR.
PRESIDENTE: A Mesa comunica o recebimento de um Requerimento, de autoria do
Ver. João Dib, solicitando a renovação de votação do Processo nº 2050/93 - PLL
n° 105/93, que revoga a Lei nº 7.276 de julho de 1993, que denominou Trav. José
Carlos Dias de Oliveira um logradouro público.
Vamos apregoar o Substitutivo nº 01 aposto ao PLCL
nº 004/93, de autoria da Verª Maria do Rosário.
Apregoamos, de autoria do Ver. João Verle, Emenda
ao PLCE nº 008/93, que acrescenta o art. 2º, remunerando-se os demais.
O SR. NEREU
D'ÁVILA (Questão de Ordem): Só para colaborar com a Casa, peço aos
Vereadores para que guardem este catatau todo, para que na sexta-feira não se
gaste papel.
O SR.
PRESIDENTE: Que não será distribuído. Antes de passarmos para o próximo
processo, eu gostaria de anunciar que estamos funcionando com o circuito
interno de televisão, coordenado pela editora da TV da Câmara e estará a
disposição de todos os Srs. Vereadores que quiserem trazer um televisor são
para o seu gabinete. A Sessão Plenária está sendo gravada e transmitida, assim
os Srs. Vereadores poderão ter o controle completo da Sessão, não só ouvindo,
mas também vendo o que está acontecendo no Plenário. Todos os trabalhos da
Sessão Plenária estão sendo gravados e serão passados nos dias em que não
houver Sessão Plenária, se houver interesse dos Srs. Vereadores em verificar
alguma coisa que aconteceu no dia anterior, poderão ser passados
intermitentemente. É com grande orgulho que a Mesa anuncia esta inovação que eu
acho que vai merecer a atenção e o cuidado de todos os Srs. Vereadores.
DISCUSSÃO GERAL E
VOTAÇÃO
PROC. N° 0951/93 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 012/93, de autoria do Ver. Luiz Braz, que dá nova redação ao artigo 46 da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987, que trata da responsabilidade do débito das contas devidas pelo usuário ou proprietário do imóvel. Com Substitutivo nºs 02 e 03.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Jair Soares: pela aprovação do Projeto e do
Substitutivo nº 03; pela rejeição do Substitutivo nº 02.
Observação:
-
Incluído na Ordem do Dia por força do artigo 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz,
solicitando a retirada de tramitação do PLCL nº 012/93. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E
VOTAÇÃO
PROC. N° 2292/93 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 007/93, que revoga o artigo 4º da Lei Complementar nº 295, de 02 de junho de 1993, que autoriza a oficialização do Índice do Custo do DMAE.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;
-
da CFO. Relator Ver. Artur Zanella: pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Mario Fraga: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECON. Relatora Verª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
O SR.
PRESIDENTE: Em discussão o PLCE nº 007/93. (Pausa.) Encerrada a discussão
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. João
Verle, solicitando que o PLCE nº 007/93, recém-aprovado, seja dispensado de
distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A Mesa comunica o recebimento de Emenda de autoria
do Ver. Nereu D'Ávila, ao PLL nº 058/93.
DISCUSSÃO GERAL E
VOTAÇÃO
PROC. N° 1204/93 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 058/93, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que altera a Lei
nº 7.015, de 19.03.1992, revogando o art. 5º, e dá outras providências.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. José Gomes: pela aprovação do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas: pela rejeição do Projeto;
-
da CEDECON. Relator Ver. Milton Zuanazzi: pela rejeição do Projeto.
O SR.
PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 058/93. O Ver. Airto Ferronato está com a
palavra.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, este Projeto eu já apresentei
no ano de 1992 e fui derrotado aqui na Casa. Volto a apresentar para uma nova
avaliação dos Srs. Vereadores. A Lei n° 7.015/91 impõe uma série de obrigações
no sentido de se implementar seguro obrigatório nos estacionamentos com mais de
50 veículos de capacidade, e a esse artigo somos favoráveis. Apenas uma
constatação: há, pela lei, uma exigência de que se pague seguro obrigatório em
estacionamento comercial que tenha mais de 50 veículos, com essa capacidade. O
art. 5º diz assim, Srs. Vereadores “É obrigatório, na utilização de garagens em
edifícios residenciais - Ver. Milton Zuanazzi - e comerciais a contratação de
seguro de responsabilidade civil, independentemente do número de vagas
oferecidas pelo administrador.” Esta Lei, com este artigo, a Câmara Municipal
de Porto Alegre está exigindo que em todos os edifícios residenciais de Porto
Alegre, que mantenham 1, 3, ou 10 boxes de estacionamento, que paguem seguro
contra acidente. Acredito que este artigo é equivocado. Estamos forçando a mais
de cem mil porto-alegrenses a pagar o seguro no seu estacionamento. Morei, até
o mês passado, na rua Marquês do Alegrete, 291, apartamento 201; lá temos box
do apartamento; eu tenho seguro total do meu carro. Temos vizinhos que não têm
carro e que não precisam de seguro. Por que esses moradores destes edifícios
vão pagar seguro de carro que não têm, em primeiro lugar. Em segundo lugar, o
seguro obrigatório nos estacionamentos, nas residências, são de inteira
liberalidade dos moradores. É um equívoco pedirmos para os condomínios pagarem,
cobrar seguro de carro ali estacionado. Digo que é uma liberalidade dos
condôminos. Acredito que os moradores de condomínio, caso entendam necessário o
seguro, se reunião e farão o seguro do seu estacionamento. Não pode a Câmara
Municipal forçar esse tipo de negócio. Estamos forçando mais de oitenta mil
pessoas a pagar seguro. Se eu e um amigo temos uma sala com dois boxes, teremos
que pagar seguro, tendo um estacionamento de dois ou três carros. Acho que isso
é uma liberdade que devemos deixar para os condôminos de Porto Alegre. Eles
vão-se reunir e decidir se é necessário ou não.
O Sr. Isaac
Ainhorn: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.
Ferronato, acompanho seu raciocínio. Acho que, com essas considerações, V. Exª
convenceu-me. Indago V. Exª, por que box comercial paga taxa de lixo e box
residencial nós eliminamos?
O SR. AIRTO
FERRONATO: Acho equivocado também. Não tem por que deixarmos o comercial,
porque ele não gera lixo assim como o residencial. Podemos pensar nestes termos
depois. Com relação a esse Projeto, deixemos a obrigatoriedade do seguro nos
estacionamentos, no art. 1º e 2º, com mais de cinqüenta veículos. E nos boxes
residenciais, nos condomínios, não vejo necessidade. Estamos penalizando o
condomínio, que vai ter que pagar mais condomínio, pagar um seguro - quando, na
maioria das vezes, nem tem carro - e muitos dos que têm carro pagarão duas
vezes, porque têm seguro total. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. José Gomes está com a palavra para discutir.
O SR. JOSÉ GOMES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, no âmbito da
Comissão de Constituição e Justiça, este Projeto nos foi dado para relatar.
Nosso parecer deu-se em função da legalidade e não do mérito do Projeto como um
todo, porque pensamos em fazê-lo no Plenário. O Projeto do Ver. Airto Ferronato
tenta desobrigar o pagamento de seguro. O Ver. Pedro Ruas, em seu relato,
coloca toda a essência do mérito do Projeto, dizendo o seguinte: “O presente
Projeto visa a desobrigar os prédios comerciais e residenciais, na utilização
de garagens - independente do número de vagas oferecidas - , da contratação do
seguro de responsabilidade civil.”
Ora, se retirarmos esta
obrigatoriedade, estaremos retrocedendo na história. Se isto acontecer,
voltaremos ao pandemônio que existia em nossa Cidade antes dessa Lei, quando
ninguém era responsável por nada. Hoje, os estabelecimentos comerciais colocam
vigilantes e mantêm todo um aparato para garantir a segurança dos seus
clientes.
Com relação aos prédios
residenciais, tenho uma dúvida. Existem, dentro dos condomínios, uma série de
regras que protegem toda a estrutura, ou seja, se alguém vier a ser atropelado
dentro de uma garagem no condomínio, só que não há garantia do seguro. A Lei
que o Ver. Airto Ferronato quer revogar assegura a esse pessoa uma compensação.
O Ver. Pedro Ruas conclui, e deixa bem claro, suponhamos que no interior de uma
garagem, de um estacionamento comercial ou residencial uma pessoa venha a ser
atropelada, e o autor esteja fugindo ao ser identificado, a culpa cairá sobre a
pessoa física ou jurídica que detém este estacionamento, pois dele depende.
Está clara a preocupação que temos com relação a esse Projeto do Ver. Pedro
Ruas. É por isso que nós estamos pedindo pela rejeição deste Projeto. Nós
queremos é que haja a responsabilidade e também a cobertura por parte das
pessoas envolvidas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Milton Zuanazzi.
O SR. MILTON ZUANAZZI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu fui o
relator da matéria na Comissão de Economia e Defesa do Consumidor e pedi a
rejeição do Projeto, não que não tenha mérito, mas me baseei em duas coisas;
primeira, o Vereador simplesmente extingue se é comercial ou residencial,
retira da Lei; em segundo lugar ao retirar da Lei elimina qualquer perspectiva
de exigência de seguro nos estacionamentos. Nós sabemos que há grandes
estacionamentos comerciais na Cidade e grandes estacionamentos residenciais.
Porto Alegre, hoje, tem conjuntos habitacionais, seriam residenciais, por
exemplo, o Alto Teresópolis com 990 apartamentos, é uma verdadeira cidade. O
conjunto Alto Teresópolis é uma verdadeira cidade ali instalada. Eu estive lá a
semana passada, as ruas daquele estacionamento não têm iluminação pública
porque é do condomínio, no entanto os postes são públicos, são da CEEE. As ruas
estão sujeitas a levarem, aqui da nossa Câmara, nomes. Então, por exemplo, a
COHAB Cavalhada é um condomínio, no entanto tem uma rua de entrada e ali dentro
têm outras ruas transversais. Acho que a iniciativa do legislador foi tentar
fazer o que todas as sociedades modernas fazem que é caminhar nos caminhos do
seguro. Qualquer país mais moderno encaminha todas as suas atividades com
atividades de seguro paralelo. É evidente que isso vai aumentar os custos do
condomínio. Agora, nós simplesmente eliminarmos, fazer com que a lei elimine,
que não legisle sobre o assunto foi o que não me pareceu o correto. Entendi a
preocupação do Ver. Ferronato, ela tem esse mérito de tentar diminuir os custos
de quem já vive com salários baixos e mora em condomínio, mas também, ao mesmo
tempo, não podemos ser extremamente permissivos a ponto de retirarmos
totalmente a perspectiva de que aqueles patrimônios têm seguros. Foi por esse
motivo a rejeição do Projeto por mim. Evidente que nós poderíamos ter proposto
Emendas, mas não havia Emendas na hora da nossa relatoria. Então, analisamos
ele no seu conteúdo global e nem estamos prevendo que tenha Emendas. De
qualquer forma a nossa posição foi essa. Nós achamos que daquela forma que V.
Exª propôs também não era correta. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Nereu D'Ávila.
O SR. NEREU D'ÁVILA: Esta lei é de iniciativa do Vereador, ou
melhor, do ex-Vereador Luiz Machado, foi muito discutida e aprovada por esta
Casa. Exatamente este art. 5º deu nova conformação jurídica de ressarcimento a
exageros que ocorriam nos edifícios de residências como nos edifícios
comerciais. Até hoje essas pendengas judiciais de questões como, por exemplo,
um assalto que houve há três ou quatro meses no Shopping Praia de Belas,
que tem um enorme estacionamento; ali é difícil pensar da ousadia de alguém
assaltar. Ali foi assaltada uma moça, amplamente publicado pela imprensa.
Então, há que ter responsáveis, sim. Não me parece que a Emenda do Ver.
Ferronato suprimiu o artigo, ou não seja apenas beneficiar os Shopping e
outros condomínios comerciais, Vereador. Eu sei que talvez V. Exª não tenha
essa intenção. Estou apresentando uma Emenda no seguinte sentido, V. Exª quer
suprimir o artigo 5º que é o seguinte: é obrigatória na utilização de garagens
e edifícios residenciais e comerciais a contratação de seguros de
responsabilidade civil independente do número de vagas oferecidas pelo
administrador. Então, a nossa Emenda é a seguinte: ela suprime o termo
Residenciais, ou seja, ficaria o seguinte: é obrigatória, na utilização de
garagens e edifícios comerciais, a contratação de seguro de responsabilidade
civil. Tira-se o termo - Residenciais. Eu acho que, efetivamente, o Ver.
Zuanazzi colocou algumas questões sobre edifícios residenciais, mas não é essa
a regra. A regra é que os edifícios residenciais, em primeiro lugar é muito
menor a possibilidade de incidências de qualquer problema, tanto de ordem de
responsabilidade civil como responsabilidade penal e por que existe, inclusive,
um condomínio e os próprios condomínios são fiscais permanentes da ordem do
edifício. Não é o caso dos comerciais, onde a desordem é constante, e nem tem
porque ninguém cuidar de ninguém. Agora, se alguém assalta ou se alguém bate no
seu carro, principalmente pela sua grandiosidade, como é o caso no Shopping
Praia de Belas, uma enormidade, não há porque liberá-los da responsabilidade
civil. Ora, se eles lutam, esses edifícios de condomínios comerciais vão até o
Supremo Tribunal Federal para não pagar qualquer ressarcimento ocorrido no
âmbito de suas garagens comerciais, ganhando três ou quatro anos, imaginem sem a
Lei. Então, não vejo por que desonerar, desobrigar, liberar edifícios
comerciais deste ônus, que eu creio que, em boa hora, o ex-Vereador Luiz
Machado colocou.
Então, Ver. Ferronato, eu
concordaria em que ressalvássemos os residenciais. O residencial não tem por
que ter seguro, é mais uma despesa para os pobres dos condôminos, os
condomínios estão insuportavelmente caros. V. Exª poderia concordar conosco e
deixar esses ônus para os comerciais. Os residenciais devem ser suprimidos da
Lei, porque têm um síndico que é eleito e há uma lei federal que regula os
condomínios. Os síndicos, geralmente, têm de obedecer dispositivos legais e são
fiscalizados pelos demais condomínios, que costumam também zelar, pois o
patrimônio é seu, a garagem é sua. Então, nesse sentido é que apresentamos a
Emenda. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Inscreve-se a Verª Maria do Rosário, que cede seu
tempo ao Ver. Airto Ferronato.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, volto à
tribuna para repor as coisas. No artigo 1º, diz assim: ... “a pessoa física ou
jurídica, independentemente do ramo de atividade, que disponha ou ofereça área
ou local próprio ou de terceiros para estacionamento de veículos automotores no
Município de Porto Alegre fica obrigada a manter controles, etc e tal, bem como
efetuar a cobertura de seguro.” Então, os supermercados, os shoppings,
os grandes estabelecimentos comerciais estão abrangidos neste artigo.
O Sr. Nereu D'Ávila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) V. Exª tem que ler todo o artigo. Aqui diz que seja superior a
cinqüenta veículos, mas que seja superior a cinqüenta veículos.
O SR. AIRTO FERRONATO: Claro, vamos chegar lá. “Cobertura contra
roubo ou furto dos veículos sob guarda ou vigilância quando o número de vagas
for superior a cinqüenta”. São quem? Os grandes supermercados, shoppings,
etc.
Vejam bem, existe esta previsão. E
não estamos pretendendo tirar esta, é a boa, positiva, e até cumprimento o Ver.
Nereu D'Ávila.
O art. 5º é diferente do art. 1º,
enquanto que para os estacionamentos que alguém oferece a terceiros, no mínimo
cinqüenta veículos, quer dizer, se tenho uma garagem, um estacionamento e
ofereço a trinta veículos, este estacionamento não paga seguro, só paga quem
tem mais de cinqüenta, quando oferece a terceiros. O art. 5º é o inverso, eu e
V. Exª temos dois escritórios no Centro, no mesmo prédio, se tivermos uma
garagem com dois boxes, um meu e outro seu, pagaríamos a responsabilidade
civil. E mais, até dá para se tirar, concordo. Não vejo como positivo exigir-se
dos condomínios da cidade de Porto Alegre, quem mora em edifícios. Apresentei
porque avaliei a minha situação, porque alguém que mora num edifício, que tenha
cinco boxes, está obrigado a pagar seguro obrigatório de responsabilidade
civil, e aquele outro que oferece 49 vagas a terceiros que tem estacionamento
não paga. Só vai pagar aquele que tem 2, 3 ou 4 boxes, pessoa física residente
em edifício. Acho que dá para avançarmos neste processo, não pretendo que seja
discutido hoje, até pode-se pedir um adiamento, alguma coisa que seja positivo
para a Cidade. Claro que temos todo o interesse de mantermos a proposta até
pela seriedade do Ver. Luiz Machado, o conheço, esteve no meu partido, sempre
respeitei e apresentei este processo no ano passado, na Legislatura dele.
Podemos analisar, temos que
analisar com carinho, não estamos querendo tirar o seguro de comércio, não
queremos tirar o seguro de shoppings, não queremos tirar o seguro das
grandes garagens, dos nossos supermercados, pretendemos é tirar o seguro, e
vamos nessa tese do Ver. José Gomes, retiramos apenas o seguro obrigatório dos
condomínios. Porque os condomínios, acredito, se o volume de veículos é
bastante grande, que se faça uma lei para estes grandes condomínios. Acredito
até que a Bancada do PDT, que é a autora do Projeto, possa fazer essa lei.
Não entendo como positivo que
pequenos conjuntos, pequenos edifícios com um ou dois boxes tenham que
obrigatoriamente pagar seguro. Talvez seja muito mais fácil, por exemplo, eu e
V. Exª, que moramos em um edifício onde só nós dois temos veículo, fazermos um
pacto e pagarmos seguro total - V. Exª e eu. Por que obrigarmos todos os
condôminos a pagar esse tipo de seguro?
A intenção do Projeto foi ótima.
Sempre respeitei. Quero reverenciar aqui o Ver. Luiz Machado. Estou me
debatendo com esse Projeto porque acho que é possível aprimorarmos o Processo.
O Sr. Nereu D'Ávila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) V. Exª tem inteira razão, nós também temos que enxugar esse artigo 1º.
Dentro da intenção de V. Exª, que eu também tenho, que é de desonerar a parte
física e o condômino o artigo 1º também onera: a pessoa física é obrigada à
cobertura de seguro contra roubo. Ora, o seguro contra roubo a pessoa faz se quiser,
ele não pode ser obrigado. A pessoa física também deve ser excluída.
O SR. AIRTO FERRONATO: Vamos adiar a discussão do Projeto porque
não podemos votar apenas com o que está dito na Lei. A Lei diz o seguinte:
“Suprima o artigo 5º.” Vamos ler o artigo que diz que vamos suprimir do
comércio e da indústria... Nós não estamos suprimindo dos estacionamentos -
garagens grandes. Até porque o artigo 5º fala em garagem, Vereador, enquanto
que esses grandes supermercados não têm garagem, eles têm grandes estacionamentos
que estão abrangidos no artigo 1º. Acho que podemos melhorar e analisar com
carinho essa proposta que pode sim e não quer dizer que ela seja...
O Sr. Nereu D'Ávila: V. Exª está pensando bem. Exatamente. Agora
entendi. V. Exª tem razão, muita razão, até porque, por exemplo, se houver um
problema com o estacionamento do Moby eles vão dizer que é para menos de
cinqüenta veículos e aí não são abrangidos pela Lei. Acho que V. Exª transfere
e nós enxugamos isso aqui direitinho.
O SR. AIRTO FERRONATO: É
isso. Transfiro. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Wilton Araújo): O Ver. Jocelin Azambuja está com
a palavra, para discutir.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, só a
título de contribuição, já que o Ver. Ferronato concordou em retirar o Projeto
para se aprimorar, a idéia dele é muito positiva, e eu até estava analisando
com o Ver. Nereu D'Ávila, estávamos analisando os aspectos legais, e, de
repente, quem tem automóvel, a pessoa física, e não vamos colocar aqui a
questão da pessoa jurídica, uma garagem ou um outro local mais amplo, e o
supermercado tem que prever este tipo de posicionamento. Recentemente havia um
entendimento na justiça estadual em âmbito até de acórdão no Supremo e que o
roubo de veículos em estacionamentos de supermercados, nesta área públicas, as
perdas e danos a responsabilidade é da empresa, do supermercado, no caso. Então
está correta a obrigação de buscar que os supermercados já façam este tipo de
seguro. Mas no caso da pessoa física temos um exemplo do condomínio da Cidade
Jardim. É um condomínio grande e ali estacionam uns 200 ou 300 veículos, e
aqueles proprietários, por esta Lei, estão obrigados a fazer seguro para furto
e roubo. É uma coisa complicada. Como ressaltava o Ver. Nereu D'Ávila: de
repente o condomínio vai ser obrigado a cobrir o seguro dos carros cobrado dos
condôminos. Eu acho que nem está sendo aplicada esta Lei, e não está sendo
porque é meio absurda até. As pessoas não podem ser obrigadas, o indivíduo, a
pessoa física. Mas as empresas que fazem estacionamento público, aí é outra
situação, é outra história. O supermercado lá que nós vamos, Ver. Campani,
comprar e estacionar o nosso carro, se não estiver coberto, uma vantagem que
eles estão dando para o cliente é o estacionamento. Se nos roubarem o carro no
estacionamento eles vão ter que nos indenizar, porque eles tinham lá guardas, e
a responsabilidade é deles. Mas nós, lá no nosso condomínio, se de repente
moramos num condomínio maior, vamos ser obrigados a ter o seguro, o condomínio
vai ser obrigado a fazer o seguro dos condomínios. Então, realmente, a lei foi
com uma intenção, mas foi desviada para outra que não tinha nada a ver. E eu
acho que deve ter sido até em função dessas decisões da Justiça, e ela foi criada
em 1992, talvez ela tenha sido feita até em função do que estava acontecendo
nos supermercados, roubos de carros, em que os próprios supermercados estavam
sendo condenados na Justiça a pagarem aqueles furtos que houve, mas só que aí
incluíram a pessoa física. Eu acho que é muito boa a iniciativa do Ver. Airto
Ferronato de retirar e discutirmos, e podemos aprimorar até com Emendas, como a
própria sugestão do Ver. Nereu D'Ávila de fazermos Emendas que possam corrigir,
de uma vez por todas, os defeitos da lei. Era isso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não há mais Vereadores que queiram discutir. Está
encerrada a discussão.
Em votação. (Pausa.) Sobre a mesa
Requerimento de autoria do Ver. Airto Ferronato, solicitando o adiamento por
duas Sessões da votação do PLL nº 058/93. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentidos. (Pausa.) APROVADO.
A Mesa comunica o recebimento de
Emenda de Líder, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, do PLL nº 078/93.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. N° 1527/93 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 078/93, de autoria do Ver. Jocelin
Azambuja, que acrescenta artigos à Lei nº 3.790, de 05.09.1973, permitindo
transporte de pequenas cargas por táxis, criando a categoria de táxi-mirim-utilitário,
alterando a Lei nº 4.629, de 23.11.1979, e dá outras providências.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela rejeição do Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Mario Fraga: pela rejeição do Projeto;
-
da CEDECON. Relator Ver. Gerson Almeida: pela aprovação do Projeto.
O SR.
PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 078/93. Com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt para discutir.
O SR.
ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e, muito especialmente,
o Ver. Jocelin Azambuja, autor do Projeto. De minha parte somos favoráveis ao
Projeto com um acréscimo. É de experiência pessoal, inclusive vivida hoje: os
supermercados de um modo geral fazem o acondicionamento das mercadorias, às
vezes, em dezenas de sacolas. Às vezes tem que separar o material de limpeza
numa sacoleta, depois as caixas de leite em outra. Resultado: um cidadão que
faz uma compra um pouco mais regular, sai com 10 ou 12 sacolas. A vigorar a lei
como está, tira-se duas sacolas, o cidadão que pegar o táxi acabará pagando uma
fábula de dinheiro para levar as sacoletas. Cada volume é um volume. O que eu
estou propondo, Ver. Jocelin, na medida em que V. Exª isenta duas, a partir do
3º volume em diante, no caso das sacolas de supermercado, se considere uma a
cada duas. Acho que seria uma maneira de nós atendermos ao interesse do
taxista, de um lado, que eu acho que é justo, mas, de outro lado, também
salvarmos a bolsa do usuário. Porque, evidentemente, ninguém pega táxi no
supermercado porque quer. E normalmente o que ocorre é isso, quando são
mulheres que vão ao supermercado, às vezes homens, também, não conseguem pegar
quatro ou cinco sacolas de cada lado e muitas vezes elas rasgam. Então, o que
nós estamos propondo é a criação de um parágrafo 5º que diria: no caso de
sacolas de supermercado, exclusivamente neste caso, do terceiro volume em
diante serão considerados como um único volume cada conjunto de dois. A
dispensa de dois e a cada dois outros valeria por um. A média por pessoa dever
ser seis ou sete, uma família deve ser um pouco mais e, aí, se comporia alguma
coisa melhor. Esta é a sugestão que estamos trazendo, aqui, a V. Exª. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Elói Guimarães.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é compreensível a preocupação
do Ver. Jocelin Azambuja com as questões ligadas ao transporte de mercadorias,
ranchos dos supermercados.
Eu tive a oportunidade de lidar um tempo com esta
atividade dos táxis da nossa Cidade. Examinando o Projeto, ele estabelece que
não serão colocadas novas permissões de táxis. Isso importa, transformando-se o
táxi tradicional em táxi-mirim, táxi-mirim utilitário, em modificações
estruturais no veículo, o que retirará a função do táxi de passageiro,
deixando-se um claro. A menos que este táxi tenha as condições de fazer o
transporte de mercadorias e o transporte de passageiro. Há um serviço
clandestino praticado na Cidade, junto aos supermercados, que é feito o
transporte de ranchos, de mercadorias, por pessoas que não estão licenciadas e
nem habilitadas. É um problema que a Secretaria tem tentando em diversas
Administrações e não consegue debelar. Então, não sei se este Projeto não
deveria, Ver. Jocelin Azambuja, ser melhor debatido, melhor analisado, porque
ele pode criar no sistema de táxi em Porto Alegre alguns problemas ligados à
criação de um novo modal de transporte: o táxi-mirim, com a finalidade
preconizada por V. Exª que é o transporte de alimentos. O táxi atravessa uma
crise e todas as atividades mormente desta natureza estão atravessando uma
crise. Não são atividades supérfluas. São atividades essenciais. O serviço
público é um serviço de utilidade pública. Mas ele é essencial. Mas ele
atravessa um período forte de recessão. Então o taxista encontra nesta
atividade, carregando do supermercado o passageiro e as compras que o
passageiro faz no supermercado, ele tem neste tipo de atividade uma forma de
sobrevivência. Esta deixaria de realizar, embora seja da frota de táxi que vá
se fazer o táxi-mirim.
Então, não sei se o Projeto de V. Exª não poderia
criar um novo ente no sistema de transporte com prejuízo para o sistema de táxi
em porto Alegre. São indagações que ficam e que no meu entender, na minha
opinião, deveriam ser melhor analisadas, melhor debatidas porque eu não tenho o
dado que, talvez, V. Exª tenha que é a consulta à categoria, que é um dado
fundamental, já que é o taxista que vai transformar o seu veículo, o táxi
convencional em táxi-mirim, utilitário. Em sendo utilitário, nós estaríamos
diante dessas pequenas pick up, seriam pequenas camionetas, com
carrocerias para o carregamento de mercadorias, enfim, dos ranchos, dos
mantimentos, compras que as pessoas fazem nos atacados e supermercados. Em
princípio eu me coloco contrário ao Projeto de V. Exª, evidentemente, de
repente, podemos até evoluir para encontrarmos uma fórmula, mas num primeiro
momento eu vejo como uma possibilidade de abrir novo modal de ofertas numa área
que atravessa situações muito delicadas do ponto de vista dos ganhos que vêm tendo
os taxistas em face de recessão. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Com a palavra o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO
DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, hoje, antes de me dirigir para esta
Casa, como eu tinha tempo, passei numa loja e comprei um colchão de casal.
Pesava 18 quilos e meio. De acordo com o Projeto de Lei do Ver. Jocelin
Azambuja, eu chamo um táxi utilitário mirim e ele terá que me transportar o
colchão de casal no táxi-mirim. Agora estou entendendo, porque o que está
escrito ali é o seguinte: utilitário é a Kombi, a Brasília, a Quantum, etc. De
repente há um artigo, em uma lei, que limita em noventa e quatro cavalos de
força, porque não noventa e cinco ou cento e um? Agora vem uma foto, aqui, ou é
um carro da Fiat ou é uma saveiro, então a questão fica mais complicada. Eu
acho que o Vereador Elói Guimarães colocou muito bem, aqui, que pode ser uma
boa idéia, mas deve ser muito bem estudada e não apresentada na forma de
táxi-utilitário para carga.
Nós temos o problema dos lotações dessa Cidade que
nasceram de um projeto de lei que nunca existiu. Um vereador, nesta Cidade, um
dia fez um Projeto de Lei, dizendo que os táxis quatro portas poderiam
transportar passageiros em lotação, desde que autorizados pala Secretaria
Municipal dos Transportes. O Secretário Municipal da época, entendeu com isso
que poderia colocar kombis, na forma da Resolução, nº 514, do Conselho Nacional
de Trânsito, mas não estava autorizado para isso e fez. Aí, o mesmo Secretário
um dia achou que poderia trocar de kombi para microônibus de dezessete lugares,
e o Vereador Luiz Braz aumentou para vinte e um lugares. O que nós temos hoje é
esta Cidade infernizada por quatrocentos e três lotações que param cerca de cem
mil vezes por dia atordoando todos os moradores das grandes avenidas da Cidade,
porque imprudentemente, um dia, um Secretário de Transportes interpretou mal
uma Lei que não precisava e não deveria ter sido feita. Agora, nós estamos,
aqui, fazendo um táxi-utilitário, sem estudos maiores e sem que haja uma
definição no Código Nacional de trânsito e em seu regulamento que enquadre este
tipo de veículo. Como neste tipo de veículo que aqui está fotografado, é um dos
parágrafos daquele Projeto de Lei, diz que quando ele transportar mais de três
passageiros, vai cobrar uma tarifa especial. Mas com é que ele pode, neste
veículo, transportar o motorista e mais de três passageiros? É difícil. O
Código, ainda que não defina, diz que em cidades onde não haja veículos
suficientes é possível adaptar outros veículos, que não os automóveis, para
serem táxis. Não é o caso de Porto Alegre. Não há uma definição para este tipo
de veículo, não há no Código Nacional de Trânsito, no seu regulamento, nenhuma
definição nem nada que pareça com isso. No entanto há uma restrição para a
Cidade, dá a entender que só pode ser automóvel normal. Em caso de cidades de
pouca movimentação, com poucos veículos, pode-se usar um outro tipo, aproveitar
até camionete, um caminhão menorzinho, etc, pode ser aproveitado para fazer um
tipo de veículo misto, para transporte de passageiros e de carga. Porque se é
para transportar as sacolas de supermercado, em todas as frentes de
supermercados há um ponte de táxi, e são muito utilizados pelos que compram nos
supermercados, porque os grandes ranchos são entregues pelo supermercado. Acho
que não é chegada a hora de fazer mais um tipo de veículo, para, no futuro,
infernizar a vida desta Cidade, como são os lotações que, em número de 403,
param mais de cem mil vezes por dia em lugares totalmente inoportunos. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra.
O SR.
JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, aproveitando as palavras
do Ver. Elói Guimarães e do Ver. João Dib, vou procurar esclarecer aos colegas
Vereadores do objetivo deste Projeto.
Em primeiro lugar, uma grande preocupação que
existe hoje, e até levantou o Ver. Elói Guimarães, é o problema dos taxistas,
que têm até dificuldade de trabalho. Estamos vendo nos pontos de táxi as filas
de táxis parados. Por outro lado, procuramos com este projeto, dar a opção ao
taxista de poder ter esse tipo de veículo. A cilindrada do veículo, aos 94, foi
colocada no sentido de limitar o tipo de veículo. Não pode ser veículo superior
a esse. Não pode ser um caminhão, não pode ser um micro, não pode ser um outro
tipo de veículo.
Em segundo lugar, não há aumento da frota de
veículos. Esse tipo de táxi vai utilizar quem quiser. O proprietário de uma
placa vai fazer a opção se ele quer esse tipo de veículo, ele vai comprar o
veículo até essa cilindrada e vai colocar para fazer esse tipo de trabalho, que
é um trabalho que já é feito, mas mal feito, hoje. Os senhores podem ir à
Rodoviária de Porto Alegre. Lá os taxistas receberam bem. Podem ir no
Aeroporto, podem ir nos supermercados, que a dificuldade é justamente de
carregar volumes. Então, a legislação hoje já prevê que os táxis podem levar
volumes, está previsto lá legislação. Nós fizemos uma consulta ao Sindicato,
fizemos reunião com os taxistas, e eles foram totalmente favoráveis. O
Presidente Cláudio, que até há pouco estava aqui, conversou com alguns
Vereadores, disse que a categoria apóia integralmente, porque é mais uma opção
para os táxis não ficarem parados.
O Sr. Isaac
Ainhorn: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu não vou
entrar na questão política, eu vou entrar na questão de mérito. V. Exª sabe que
existe um tipo de transporte de pequenos produtos que é tradicional, histórico
na cidade de Porto Alegre, que são os carretos. Vossa Excelência já se deu
conta do que pode isso representar para esses tradicionais pontos de carreto,
como o da Praça Garibaldi, que já passam dificuldades, no Bom Fim e outro
locais, essas casas de móveis que usam esses carretos? Vão desaparecer. Nós
corremos o risco de massacrar essa gente. Eu tenho essa preocupação, Vereador.
Talvez, V. Exª pensando num bem que é positivo, não
se deu conta desse outro aspecto. Eu acho que existem mais de 500
caminhõezinhos e camionetezinhas que fazem esses carretos. É uma coisa que já
existe consagrada na Cidade.
O SR.
JOCELIN AZAMBUJA: Eu entendo a sua preocupação, e foi a nossa também,
porque temos relação com esse pessoal que atua na área, mas esse tipo de
veículo não interfere nesta outra área. Ele vai justamente ir naquele volume
menor, que é a rodoviária, o supermercado. É basicamente esse tipo de
transporte que ele vai fazer.
O senhor pode ver, Ver. Isaac Ainhorn, ali na Praça
Garibaldi não existe nenhum veículo. Ali são todos caminhõezinhos. Os menores,
então, Vereador, não tem como comparar com um veículo de 94 cilindradas. Aquele
é um veículo muito maior, com grande carroceria para transportar um quarto, uma
sala, móveis. Esse tipo de transporte continuará sendo feito normalmente. Não
há nenhuma interferência neste tipo de transporte. A única coisa que ele vai
oferecer é disciplinar um outro tipo de transporte que é feito, que é essa
dificuldade do transporte de mercadorias dos supermercados, dos pequenos
volumes que muitas vezes não podem ser transportadas em um veículo comum. Outro
aspecto que eu gostaria de ressaltar é que a Secretaria Municipal dos
transporte avaliando o projeto considerou extremamente positivo. Eu estive
conversando com o Secretário Nazareno e ele nos colocou, até no parecer da
Secretaria Municipal dos Transportes, que é uma alternativa favorável.
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Divo do Canto se inscreve, cede o tempo a V. Exª. Vamos
consultar os Vereadores Airto Ferronato e Helena Bonumá. V. Exª tem mais cinco
minutos.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Muito obrigado. E buscando não fazer nenhum projeto que pudesse criar problemas ou atingir a legislação, ou, por exemplo, como ressaltou o Ver. João Dib, entrar com a situação do táxi-lotação e até nós temos o projeto para tirar a expressão “táxi” das lotações que é para adequar com a realidade de hoje porque eles não são táxis na verdade. Mas, o que acontece? Nós entramos, fizemos um pedido de parecer ao Conselho Estadual de Trânsito e este se posicionou favorável ao veículo, dizendo que não há nenhum impedimento de termos esse tipo de veículo. O aspecto importante é que estamos dando uma alternativa a Porto Alegre de ter um tipo de transporte que facilite a vida de Porto Alegre. Nós temos, por exemplo, o pequeno transporte que era feito e que não vai deixar de ser feito, nas áreas periféricas mas que nas áreas centrais não pode mais ser, que sãos as carroças. As carroças podem continuar o seu trabalho, mas nas áreas centrais elas não podem mais adentrar. Para esses pequenos transportes também estaria impedido. Qual o tipo de transporte que o usuário pode fazer de pequenos volumes? Por outro lado, vejam o seguinte, no Centro da Cidade também está cada vez mais restrita a área de carga e descarga. Então, os pequenos volumes, os pequenos transportes é que estariam restritos a esse tipo de veículo. O objetivo do veículo é dar uma alternativa ao usuário de táxi em Porto Alegre de utilização de uma transporte mais fácil e, em segundo lugar, dar uma alternativa também aos taxistas, para que eles possam ter um outro tipo de trabalho. E o transporte de volumes não pode ser feito sem a presença do passageiro. Não é simplesmente um veículo que vai sair a fazer frete por aí. Isto consta na Legislação e é o que estamos colocando. Não seria um outro veículo com outra possibilidade. É o passageiro e o motorista que vão estar no veículo. Esse é o aspecto também de resguardo dessa utilização de transporte para que ele não se desvie dos seus objetivos. E não podemos esquecer o aspecto principal. Havia o temor de que estivéssemos querendo dar novas placas, aumentar a frota de táxi de Porto Alegre. De forma alguma. É dentro da própria frota que existe hoje, não podendo exceder a 10% da frota, ou seja, não poderíamos ter mais de quatrocentos e poucos veículos dessa natureza em Porto Alegre. Nós estamos procurando dar uma alternativa a mais à Cidade, com tantos outros projetos já apresentados por colegas Vereadores dando alternativas aos porto-alegrenses de terem melhores serviços à sua disposição. Este é o nosso objetivo: facilitar a vida do porto-alegrense. Agora mesmo o Ver. Airto Ferronato apresentava um projeto que visa facilitar a vida do porto-alegrense, e não dificultar; da mesma forma, o projeto do Ver. Lauro Hagemann, que busca dar vida melhor a todos os habitantes proporcionando maiores índices de construção. E esse folheto que nós fizemos foi para esclarecer aos taxistas, porque no primeiro momento ficaram muito preocupados, achando que estávamos querendo aumentar a frota de táxi de Porto Alegre. Não era esse o objetivo, mas sim dar-lhes, simplesmente, uma alternativa. Como alternativa, acharam positivo, que era necessário realmente ter esse tipo de veículo à disposição.
Por isso, Srs. Vereadores, peço que analisem com
atenção, e prestem mais esse serviço a Porto Alegre, apoiando o nosso Projeto,
que está agora em fase de discussão. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Inscreve-se o Ver. Airto Ferronato, que desiste. A
Verª Helena Bonumá está com a palavra.
A SRA.
HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós viemos à tribuna para
trazer o nosso apoio ao Projeto do Ver. Jocelin, entendendo que ele, de fato,
tem mérito, principalmente em relação a duas questões: a primeira delas, do
ponto de vista do consumidor, da população de Porto Alegre, esse serviço que o
Ver. Jocelin Azambuja busca regulamentar, com a criação desse táxi utilitário,
é de extrema necessidade. Qual é a nossa situação atual? Nós temos os
freteiros, que fazem um serviço mais caro, de maior porte, ou temos os táxis de
passageiros, onde vivemos aquela situação nos supermercados: duas sacolas além
das duas previstas em lei, ou na rodoviária se paga um extra que fica a
descoberto pela lei, a ser negociado entre o motorista e o passageiro, muitas
vezes com ônus para o passageiro. É uma situação que não nos interessa e o
Projeto busca regulamentar. Nesse sentido ele é bem-vindo. Ele não é
contraditório com a lei que regulamenta o funcionamento do serviço de táxi no
Município; ao contrário: ele incide numa lacuna que essa lei deixou. Para o
motorista de táxi, para quem trabalha e vive do táxi, não é desvantajoso, na
medida em que sabemos que o número de táxis que temos no Município é superior
ao que seria em uma cidade do porte de Porto Alegre e, pela crise, os
motoristas estão com o trabalho abaixo do que seria necessário para uma boa
remuneração. Então, é uma forma de dar uma opção e aí reside a terceira questão
importante do Projeto: ele não está criando novas licenças. O Projeto está
criando a possibilidade de os motoristas terem esse tipo de serviço como uma
opção. Então, se na realidade, não está ampliando o número de táxis, está possibilitando
que aqueles motoristas que desejarem desenvolver esse tipo de trabalho
necessário à população possam fazê-lo. Portanto, não vemos problemas no
Projeto. Em relação ao que foi dito pelos Vereadores que me precederam - Ver.
Elói Guimarães e Ver. João Dib -, a colocação do Ver. Jocelin Azambuja responde
a essas questões. Portanto, somos pela aprovação do Projeto. Muito obrigada.
(Revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC
AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não iremos nos ater à questão de
mérito, reconhecendo o esforço do Ver. Jocelin Azambuja em introduzir um tipo
específico de táxi extremamente interessante. Mas, para votarmos essa matéria,
temos que ter presente - daí a importância do trabalho da Comissão de Justiça
na Casa, sobretudo nesses momentos - o parecer aprovado no seio da Comissão, em
que coloca que a lei federal estabelece os diversos tipos de categorias de
veículos existentes: de passageiros, de carga, mistos, de corrida, de tração,
especial. Por outro lado, os automóveis utilizados para o serviço de táxi são
enquadrados na espécie de veículos de passageiros. Ora, no momento em que
estivermos legislando sobre tipo de transporte não enquadrado na legislação
federal existente, estamos criando uma outra categoria. Esta categoria não pode
ser definida por Lei Municipal. A Constituição Federal, no seu art. 22,
estabelece a competência privativa da União para legislar sobre matéria de
trânsito e transporte. Dentro desta mesma linha, temos o ofício do Ver. Jocelin
Azambuja, que ele recebeu do Dr. Carlos Henrique Tadeu Bandeira, Presidente do
Conselho Estadual de trânsito. O ofício termina dizendo o seguinte: “Cumpre-nos
ressaltar que a regulamentação do transporte de carga é de competência exclusiva
da União”. Diz o Parecer do Conselho Estadual de Trânsito, distribuído pelo
Ver. Jocelin Azambuja, na mesma linha que sustentamos no Parecer, aprovado no
âmbito da Comissão de Justiça da Casa. Esta Casa tem que ter alguns cuidados
básicos em relação aos projetos aprovados para não cair numa situação de
crítica. É um risco muito grande, diferente dos projetos que têm visto de
iniciativa. Ontem mesmo aprovamos um projeto que instituía a taxa do lixo, e a
isenção da taxa de lixo para as pessoas que ganham até três salários mínimos.
Ora, esta isenção de taxa de lixo é um projeto de natureza tributária, que é
competência exclusiva do chefe do Poder Executivo, mas o Ver. Divo do Canto
apresentou esse Projeto. O Projeto foi aprovado, e o Prefeito, se aprovar o
Projeto, pode convalidar. Resolve o problema de vício de iniciativa. Agora, um
Projeto dessa natureza corre o risco de ter uma argüição de
inconstitucionalidade, porque é privativo da União. Amanhã, nós queremos
estabelecer um divórcio rio-grandense, uma pensão de alimentos a
porto-alegrenses, que são matérias de direito civil, direito de família, área
de transportes... É privativa da União!
O Sr. Jocelin Azambuja: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador Isaac, a legislação existente, se fosse dentro desta linha de raciocínio que V. Exª manifestou, seria totalmente ilegal, porque nenhum táxi poderia transportar qualquer objeto, que seria considerado carga. É isto que o Conselho quis esclarecer, que este tipo de Projeto está claro e correto, porque ele não faz transporte de cargas. Ele faz aquilo que V. Exas já aprovaram aqui na Câmara de Vereadores, quando regulamentaram a legislação de táxi. São permitidos dois volumes - um de mão -, que são os transportes que são feitos na Rodoviária. Aquilo não é transporte de carga, Vereador.
O SR. ISAAC
AINHORN: Veja V. Exª que a essência do transporte de táxi é transporte de
passageiros. A bagagem de mão é acessório, mas um volume de 100kg já o deixa de
ser, Vereador. É carga, pois acessório é o acompanhamento do passageiro.
É esta a questão que temos que ter presente, da
competência privativa da União para legislar sobre esta matéria. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, por uma leitura
equivocada que fiz do Projeto do Ver. Jocelin Azambuja, apresentei uma Emenda
de Liderança que gostaria de retirar. Na verdade, o cálculo de cobrança não
está sendo feito por volume, e sim por bandeirada. Isto posto, a Emenda não
cabe e eu solicitaria a sua retirada.
O SR.
PRESIDENTE: A Emenda está retirada.
Sobre a mesa, Requerimento do Ver. Jocelin
Azambuja, no sentido de que seja adiada, por uma Sessão, a discussão do PLL nº
078/93.
O SR. ISAAC
AINHORN (Questão de Ordem): Eu gostaria que a Mesa me informasse se há mais
oradores inscritos para discutir o presente Projeto.
O SR.
PRESIDENTE: Não, Vereador.
O SR. ISAAC
AINHORN (Questão de Ordem): Então, indago V. Exª, face ao fato se caberia o
encerramento da discussão.
O SR.
PRESIDENTE: É um apelo para que V. Exª
faça a pergunta ao Ver. Jocelin Azambuja; não cabe a Mesa responder.
O SR.
JOCELIN AZAMBUJA (Questão de Ordem): Não quero com isso impedir que haja,
de repente, interesse em alguma Emenda.
O SR.
PRESIDENTE: Em votação Requerimento do Ver. Jocelin Azambuja para adiar a
votação do PLL nº 078/93 por uma Sessão. Os Srs. Vereadores que aprovam o
Requerimento permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Alerto aos Srs. Vereadores que se todos os
Processos forem adiados, nós teremos uma carga muito grande no último dia para
votação.
O SR. JOÃO
MOTTA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu tenho dúvida com relação ao
Grande Expediente de hoje, pois eu iria me manifestar pessoalmente sobre um
tema que eu ouço muito nos corredores da Câmara, e que tenho opinião de que
deveríamos abrir essa discussão aqui no Plenário. Eu pretendo me manifestar,
abrindo mão até pelo impossibilidade de hoje não ter tido o Grande Expediente,
sexta-feira sobre o que penso da Presidência da Câmara para o próximo período.
A minha opinião, para adiantar, é que essa discussão seja, aqui, no Plenário e
não nas conversas internas entre as Bancadas.
O SR.
PRESIDENTE: O Grande Expediente não será realizado hoje, dado que
prorrogamos os trabalhos, isso valerá só para a Ordem do Dia.
Nós vamos suspender a Sessão Ordinária e passar às
três Sessões Extraordinárias para correr Pauta e voltamos à Sessão Ordinária.
Estão suspensos os trabalhos. Em um minuto estaremos
iniciando os trabalhos da 24ª Sessão Extraordinária desta Sessão Legislativa.
(Os trabalhos foram suspensos às 18h09min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 18h16min): Estão reabertos os trabalhos. A Mesa comunica o
recebimento de duas Emendas, de nºs 01 e 02, de autoria do Ver.
Airto Ferronato ao PR nº 037/93.
DISCUSSÃO GERAL E
VOTAÇÃO
PROC. N° 1595/93 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 085/93, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina
Praça Oscar Bertholdo um logradouro público, localizado no Bairro Farrapos.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. José Gomes: pela rejeição do Projeto.
Observação:
-
Incluído na Ordem do Dia por força do artigo 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE: Em discussão o PLL n° 085/93.
O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para
discutir.
O SR.
ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, estranhamente, para
minha surpresa, o Ver. José Gomes, da Comissão de Justiça e Redação, deu um
Parecer contrário a este Projeto de minha autoria. O Projeto foi sugerido e
solicitado pela Secretaria municipal de Obras e Viação porque já havia duas
praças, ou melhor dizendo, uma Rua e uma Praça com o mesmo nome. A Lei n° 6.239
de 25.10.1988, havia denominado Rua Normelina Lemes Muniz a um logradouro
público e a Lei nº 6.885 de 04.09.1991, havia denominado Praça Normelina Lemes
Muniz um logradouro público. Ora, a legislação vigente é muito clara quando
diz: “havendo duplicidade de denominação de logradouro, cabe a revogação de uma
dessas leis”. Foi exatamente isso que a SMOV solicitou que este Vereador
fizesse, e como nós buscávamos a homenagem ao poeta e sacerdote Padre Oscar
Bertholdo, assassinado há um ano na cidade de Farroupilha; e como o Bairro
Farrapos é um bairro proletário, um bairro popular que certamente de
identificaria com o Padre Oscar e o Padre Oscar com o bairro, nós então
evidentemente usamos a lógica: revogamos a lei mais nova e encaminhamos desse
forma o Projeto de Lei à Casa.
Surpreendentemente a assessoria do Ver. José Gomes
resolveu interpretar a denominação logradouro à revelia do dicionário. Para a
assessoria do Vereador, logradouro é só quando forem duas praças, ou duas ruas
ou duas avenidas. Uma praça e uma rua não é logradouro. Então fiquei
surpreendido com a decisão porque não só o Ver. José Gomes deu parecer como
toda a Comissão de Justiça e Redação assinou conforme o Vereador. Eu me permiti
fazer uma pura e simples transcrição do dicionário. O nosso Aurélio diz o
seguinte: “Logradouro - passeio público, rua, praça, jardim, etc”. Parece-me
que, até o momento em que o Ver. José Gomes conseguir escrever um novo
dicionário devidamente reconhecido no País, obviamente logradouro continuará
sendo toda e qualquer artéria seja na Praça, seja na rua, seja na avenida,
tanto é que nas duas leis se diz logradouro público. Tem a mesma denominação. É
evidente que é um equívoco do Vereador. Não há porque brigarmos por isso.
Apenas gostaria de deixar aqui o meu apelo no
sentido de que o Plenário aprovasse o Projeto porque não há nenhuma
irregularidade e nenhuma ilegalidade e sobretudo não há nenhuma desrespeito ao
homenageado anterior. É óbvio que espero que os parentes da falecida
homenageada, dona Normelina Lemes Muniz, não sejam tão esquecidos quanto os
técnicos da SMOV, que certamente entregaram, em épocas diferentes dois croquis
a dois diferentes Vereadores. Lembro, também, que por diversas vezes tenho
apresentado aqui esse tipo de lei, atendendo ao pedido dos companheiros da SMOV
em que todos os logradouros com denominações duplas servem para facilitar o
trabalho dos carteiros, da CEEE, da CRT, enfim, das cobranças judiciais,
eventualmente. Temos buscado fazer essas modificações. Não busquei assumir essa
função, a SMOV tem pedido eventualmente, a mim e a outros Vereadores. Então, o
meu apelo no sentido que entendo houve, talvez aí, um exagero de cuidados do
nobre Vereador relator do Processo, eu pretendia apelar, normalmente, à
Comissão de justiça, como de fato o fiz. Conversei com o Ver. Záchia, conversei
com o Ver. Motta, conversei com o Ver. Jair Soares, no sentido de que eles
reexaminassem o teor da matéria, sem criar polêmicas maiores, e apenas justifico
aqui ao Vereador José Gomes, como companheiro, o porquê do meu apelo.
Realmente, eu acho que não cabe ao Vereador interpretar o dicionário, e este é
muito claro: logradouro, um ou outro, é logradouro, e a Lei é muito clara: em
logradouros de denominações duplas, revoga-se a Lei em duplicata. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Não havendo mais quem queria discutir, em votação o PLL nº
085/93. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO, contra o voto do Ver. José Gomes.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver.
Antonio Hohlfeldt, para que o PLL nº 085/93 seja dispensado de distribuição em
avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta
data. Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E
VOTAÇÃO
PROC. N° 2418/93 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 125/93, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que dá nova
redação ao artigo 1º da Lei n° 7.085, de 16.07.1992, revoga as Leis nºs 6.849,
de 04.07.1991 e 7.287, de 21 de julho de 1993 e denomina Rua Hélio Alves da
Rocha um logradouro público situado no Bairro Vila nova. Com Substitutivo nº
01.
Observação:
-
Incluído na ordem do Dia por força do artigo 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Não há oradores inscritos. Em votação o
Substitutivo nº 01 aposto ao PLL nº 125/93 de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o Substitutivo, prejudicado,
portanto, o Projeto original.
Requerimento de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt,
solicitando seja o Substitutivo nº 01 aposto ao PLL nº 125/93 dispensado de
distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data. Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja,
solicitando que o Secretário da SMOV seja convocado para prestar
esclarecimentos acerca das obras em andamento na Rua General Andrade Neves.
Nós vamos devolver a convocação, porque ela precisa
ter data determinada e, em anexo, precisa ter a relação dos assuntos e
questionamentos que serão feitos ao Senhor Secretário. É um rito especial que
não o do convite.
Requerimento de autoria do Ver. Airto Ferronato,
que requer, caso seja comprovado o envolvimento da Empresa Odebrecht, na CPI da
extorsão, envio de correspondência ao Sr. Presidente da República a fim de que
torne nulo o negócio da privatização do Pólo Petroquímico Gaúcho.
Em votação. Inscreve-se o autor para encaminhar.
Com a palavra o Ver. Airto Ferronato.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, há muito discutimos a oportunidade da privatização da coisa pública, num momento todo anormal da vida do País, onde se buscou privatizações, algumas até talvez necessárias - não entramos neste mérito. Mas quer queiramos ou não, hoje está comprovado que se entregou uma série de instituições, um verdadeiro patrimônio público da Nação a entidades privadas, e o exemplo que temos no Rio Grande do Sul, trágico e triste exemplo, é a COPESUL. O nosso Pólo foi privatizado e adquirido pela Odebrecht, e toda a vez que ocorre neste País qualquer coisa sobre desvio de dinheiro público se diz que é o servidor público, o funcionário público e assim por diante. Só que nunca se disse que, na verdade, o que ocorre é, muitas vezes sim, desvio de recursos na esmagadora maioria, pela iniciativa privada. As grandes falcatruas nacionais não foram os servidores públicos que fizeram. Foi a iniciativa privada. Temos inúmeros exemplos. E mais, há falcatruas de tudo quanto é sorte e se diz que o funcionário público está envolvido e não está, na esmagadora maioria dos casos. O que ocorre é que normalmente cargos em comissão, postos chaves da Administração, é que estão envolvidos nisto.
Então, estamos encaminhando este Requerimento
dizendo o seguinte, e vejam que não pretendo julgar ninguém, não estou dizendo
que li as notícias que nós temos - “uma vez comprovado o envolvimento da
Odebrecht no desvio de recursos no Orçamento da União, que se desfaça o negócio
da venda da COPESUL no Rio Grande do Sul”. E mais, sem indenização para o
Odebrecht, até nos níveis de recuperação dos recursos. Registrando mais uma
vez, que não estou julgando ninguém, estou apenas dizendo que caso sejam
comprovadas as notícias de que a empresa que adquiriu a COPESUL, patrimônio do
povo gaúcho, esteja envolvida nesse processo que está sendo investigado, que se
liquide, que se torne nulo esse negócio da COPESUL para a Empresa. Vamos
aguardar o fatos e, caso seja comprovado, eu acho que deve merecer uma revisão
de posição em termos de análise das propostas de privatização em nível
nacional. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Colocamos em votação o Requerimento do Ver. Airto Ferronato. Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes
na Ata.)
O SR. PRESIDENTE:
Nada mais havendo a tratar, declaro encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 18h37min.)
* * * * *